A falta de planejamento na formação de estoques internos é uma das principais razões que levaram à alta nos preços de produtos como soja, milho, arroz e feijão no Brasil. A avaliação é do economista Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, para quem tanto o setor público quanto o privado tem sua parcela de responsabilidade pela situação atual.
No entanto, ele pondera que a questão não está associada somente à infraestrutura de armazenagem ou à situação das safras agrícolas produzidas e comercializadas anualmente. Para ele, há também um fator financeiro: os juros. Ocusto de capital para formar e carregar estoques fica mais alto para as empresas e o próprio governo com as taxas nos atuais níveis.
Usando a lógica do custo de oportunidade, Silveira explica que, quando as taxas estão altas é possível pesar esse custo com, por exemplo, a rentabilidade de uma aplicação financeira.
- É um fator macroeconômico que desequilibra. Por que estocar produto agrícola com esse custo elevado quando tem um câmbio que estimula as exportações e juros que estimulam a fazer dinheiro e investir no mercado? – questiona Silveira.
Fonte: Revista Globo Rural