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ESTIMATIVAS PARA O RS

A Emater/RS-Ascar divulgou nesta terça-feira (30/08), durante o Café da Manhã com a Imprensa, na 39ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, as estimativas iniciais de área a ser plantada, produtividade e produção esperada dos principais grãos de verão (arroz, feijão 1ª safra, milho e soja) para a safra 2016/2017. Com a coordenação da Gerência de Planejamento da Instituição, o levantamento foi finalizado na semana de 22 a 26 de agosto, e contabiliza, para a próxima safra de verão no Rio Grande do Sul, uma produção de 29.105.276 toneladas, valor 2,20% maior do que os 28.477.369 colhidos no ano que passou.

Os números obtidos de maneira preliminar pela Emater/RS-Ascar indicam que o Estado deverá ter pouca variação em relação à área a ser plantada com as principais culturas de verão, na comparação com a área semeada no ano anterior. A variação identificada foi de apenas +1,66%. Se considerado o total semeado com essas culturas, a área cultivada chega a 7,463 milhões de hectares no Estado.

Analisando-as individualmente, a variação foi de 0,64% na área do arroz, -1,39% do feijão 1ª safra, 8,93% no milho e 0,90% para a área da soja. Importante para a produção leiteira, o plantio de milho destinado à produção de silagem segue com aumento constante nos últimos anos, sendo que para esta safra é de 1,60%.

- Nesse sentido, os números desse primeiro levantamento não mostram surpresas, uma vez que essas variações eram esperadas face à atual conjuntura – analisa o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn.

Arroz

Baixos estoques, dificuldades durante a evolução da safra passada, que resultaram em produção abaixo do esperado, e preços valorizados em relação às médias históricas estimularam os orizicultores, aumentando a área em 0,64%. Mesmo assim, a área esperada para este ano deverá ficar dentro da média dos últimos anos, situando-se ao redor de um milhão de hectares.

Feijão 

Nem mesmo o expressivo valor do produto ao longo do último ano (acima dos R$ 200,00 a saca de 60kg) foi capaz de impedir a diminuição da área cultivada com a leguminosa, tendência observada desde 1995. Nesse cenário, a área projetada para o feijão fica em pouco menos de 40 mil hectares, -1,39% em relação ao ano passado.

Milho

Com a recente valorização do produto, o milho destinado à produção de grão deverá ter aumento na área cultivada nesta safra de 8,93%. Mesmo com os preços em alta, a área não será muito maior do que 800 mil ha, abaixo do um milhão de hectares necessário para atendimento da demanda interna do Estado. O aumento no custo de produção e a relação de preço ainda favorável à soja freiam o ímpeto do produtor. Já a área destinada à produção de silagem terá aumento de 1,60% em relação à safra anterior, passando para 371 mil ha.

Soja

Depois de sucessivos aumentos expressivos na área cultivada com a oleaginosa, a tendência é de estabilidade. Para esta safra, o levantamento indica um aumento de apenas 0,90%, passando para 5,5 milhões de hectares.

Em termos absolutos, a maior área plantada será a da região de Ijuí, com 908 mil ha. Já em termos relativos, o maior aumento foi verificado na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, que passará a cultivar 124 mil ha, 9% mais que a safra passada.

Produção

No tocante à produção e baseando-se em rendimentos iniciais, obtidos a partir da tendência apresentada pelos rendimentos médios municipais nos últimos dez anos, o Estado poderá alcançar os seguintes volumes: 8.354.275 toneladas de arroz; 53.301 toneladas de feijão, na primeira safra; 4.849.472 toneladas de milho; e 15.848.228 toneladas de soja, chegando a um total de 29.105.276 toneladas de grãos na safra de verão 2016/2017.

Na comparação com a safra passada, o levantamento indica uma variação de 11,33% no arroz, passando de 7.504.104 toneladas para 8.354.275. A primeira safra de feijão será 10,57% menor, saindo de 59.603 toneladas na safra 2015/2016 para 53.301 toneladas na atual. O milho deverá ter o acréscimo de 2,66%, passando de 4.723.828 toneladas para 4.849.472 toneladas. A soja terá uma diminuição de 2,11% das 16.189.834 toneladas colhidas na safra passada, para uma estimativa de 15.848.228 toneladas neste ano.

Cabe destacar que, mesmo ocorrendo um aumento de apenas 2,2% na produção dos principais grãos de verão, se confirmadas as expectativas, esta safra se situaria entre as principais já registradas no RS, ficando 13,66% acima da média das últimas cinco safras, já que a média entre os anos de 2012 e 2016, de 25.606.380 toneladas, pela estimativa da Emater/RS-Ascar terá o acréscimo de 3.498.896 toneladas, chegando às 29.105.276 toneladas.

Produtividade

Em relação à produtividade esperada para a safra de verão gaúcha, os dados foram apurados a partir das tendências apresentadas pelas médias municipais ao longo dos últimos dez anos. Para as lavouras de arroz se espera uma produtividade média de 7.635kg/ha, valor 8,37% maior, em relação ao obtido no ano passado; no feijão o percentual deve ser 10,30% menor do que o registrado na última safra, chegando a 1.337kg/ha; no milho a produtividade projetada, de 6.019kg/ha, também é menor do que a da safra 2015/2016, com variação negativa de 6,02%; a soja é outro grão que deverá ter menos produtividade, o primeiro levantamento aponta 2.869 kg/ha, o que representa -3,46% em relação ao obtido no ano anterior.

- Mais do que números definitivos, este primeiro levantamento indica uma tendência quanto ao comportamento do produtor em relação à área a ser cultivada com esses cereais na safra de 2016-2017 – avalia o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.

A confirmação ou não dos números dependerá, basicamente, das condições meteorológicas e da tecnologia empregada durante o ciclo das culturas.

O presidente da Emater/RS destacou a importância do trabalho do agricultor para a economia e, sobretudo, para a manutenção da vida em sociedade.

- Temos hoje números positivos, que indicam mais uma boa safra de grãos no Rio Grande do Sul, que quer dizer mais alimento nas mesas de todos nós e recursos financeiros para o Estado como um todo, mas principalmente para quem produz. Fato que devemos comemorar, pois é reflexo do trabalho da Extensão Rural que a Emater presta, levando tecnologias e informações que auxiliam nossos agricultores e produzirem melhor – comenta Kuhn.

De acordo com o secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, se forem considerados somente a produção de grãos que a Emater/RS-Ascar projeta para a safra 2016/2017, o RS terá o ingresso de cerca de R$ 30 bilhões em sua economia.

- As condições do clima são sempre um desafio para o sucesso das plantações, mas com tecnologia e informação temos conseguido manter, ao longo dos últimos anos, boas safras. Esperamos que a deste ano possa repetir também as anteriores, dinamizando todos os demais setores da economia gaúcha, como tem acontecido – comemora Minetto.

- O trabalho da Assistência Técnica e Extensão Rural Social (Aters), desenvolvido pela Emater, em parceria com a SDR, é determinante para o sucesso nas lavouras, principalmente para o público mais vulnerável, que de outra forma não contaria com assistência técnica – ressalta o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo.

Fonte: Emater/RS



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