A seca estendida na província de Buenos Aires poderia afetar o atual ciclo de plantio da soja, que pode ser menos do que o calculado se nas próximas semanas não ocorrer chuvas suficientes para manter a umidade do solo.
Para especialistas, as chuvas que caíram em parte do sul de Buenos Aires (que fizeram cair o preço dos mercados futuros em Chicago) foram escassas. Ainda falta mais água para evitar perdas na área semeada.
- Vai depender muito dos próximos 10 dias. Se caem 20mm ou 30mm, vão poder plantar. Se não, há um risco altíssimo – disse Germán Heinzenknecht, meteorologista da Consultoria de Climatologia Aplicada (CCA), em entrevista à Reuters. Ele estimou que entre 7% a 10% da área prevista para a soja está “muito seca”.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) calculou que os agricultores locais – principais exportadores de farelo e óleo de soja – plantarão 19,6 milhões de hectares com a oleaginosa nesta safra.
O chefe de Estimativas Agrícolas da Bolsa, Esteban Copati, considerou que este número poderia ser menor se não chegarem mais chuvas nas próximas semanas, já que a umidade que as chuvas recentes trouxeram aos campos se dissipará rapidamente por conta do intenso calor do verão na província de Buenos Aires.
- O que está plantado vai ter um quadro complicado e ainda falta plantar bastante – disse Copati, enquanto visitava regiões afetadas para analisar a situação. – Se não chover nos próximos dias vamos ter que ajustar a estimativa a nível nacional. Vai ter um impacto importante – afirmou.
Outra das zonas afetadas pela seca é a província de Córdoba, onde deve chover a partir desta noite ou na quinta-feira. Segundo um comunicado da Bolsa local, as chuvas poderias mudar o cenário ruim, que afeta cerca de 7 milhões de hectares.
A Argentina é o terceiro país na produção mundial de soja, superado apenas pelos Estados Unidos e pelo Brasil.
Fonte: Agrositio