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ESTADOS QUE NÃO EXPORTAM SENTEM PESO DA CRISE

Os estados pecuaristas têm sentido a queda de braço entre a alta nos insumos para alimentação do gado e a redução no consumo nacional de carnes. No entanto, em regiões cujo produto é integralmente destinado ao mercado interno o peso desta crise de demanda é ainda maior.Temos um problema muito importante na economia brasileira e pela primeira vez estamos com dificuldade de colocar a carne no mercado interno , diz ao DCI o diretor de relações com pecuaristas da JBS, Fábio Dias, durante o último evento do Rally da Pecuária, promovido pela Agroconsult, em Rio Branco (AC), semana passada. O Acre, por exemplo, é um estado sem habilitações para exportação, sendo assim, a tendência é que eles sintam mais o efeito da crise , acrescenta. Roraima e Amapá também são produtores que não exportam.
O coordenador do Rally e sócio da Agroconsult, Maurício Palma Nogueira, explica que, atualmente, a válvula de escape para a cadeia sustentar a alta da arroba é o embarque para o mercado internacional, impulsionado por um forte crescimento das compras chinesas.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) indicam que o gigante asiático liderou as importações de carne in natura em maio, salto de 17,40% em faturamento, para US$ 84,381 milhões, e ganhos de 16,28% em toneladas, para 20,28 mil, quando comparado com abril. No ranking que inclui o alimento processado, a China figura na segunda posição em volume e receita.
No acumulado do ano até maio, o País avançou 12% no volume de vendas externas do segmento, em relação ao mesmo período do ano passado, com o embarque de 609,7 mil toneladas. Já em faturamento, a alta é de 1,4% com US$ 2,3 bilhões, aponta a associação.
Dias lembra que o rebanho acreano é marcado por grande contraste: o estado tem a maior incidência de gado acima da média nacional em qualidade e, paralelamente, também possui o maior percentual de bois mal terminados. O excesso de chuvas e a falta de desenvolvimento agrícola dificultam o estabelecimento de confinamentos para a engorda dos animais, com isso toda a terminação é feita a pasto, leva mais tempo e não conta com o ganho de peso.
Os pecuaristas que entregam o gado de alto nível se utilizam deste tempo maior no processo e fazem castração, o que, segundo o executivo da JBS, gera um diferencial considerável nos padrões qualitativos.
Entraves
Entre os produtores, a crítica é que a demanda dos frigoríficos é pequena em relação à oferta de bovino disponível no pasto. Isto justificaria a pressão baixista, que giram em torno de R$ 120 por arroba, contra R$ 126 em Rondônia e R$ 156 em São Paulo. Há um pleito para que a redução de ICMS torne o envio do produto, para plantas de outros estados, atrativo. A logística também inviabiliza o acesso da carne a grandes centros urbanos sem fretes caros.
Nosso preço é o menor do Brasil , enfatiza o pecuarista e veterinário, Edivan Maciel de Azevedo. Questionado sobre a demanda da indústria local, o executivo da JBS disse que existe a impressão de que é um problema daqui, mas trata-se de algo nacional . Há quase 4 mil quilômetros de distância das principais capitais do Sudeste, Dias concorda que a questão logística faz com que o estado tenha um dos maiores fretes do País.
Vizinho exportador
O estado vizinho, Rondônia, que já figura entre os cinco maiores exportadores de carne bovina do Brasil, tem se articulado para abrir habilitar o envio do produto para a União Europeia e os Estados Unidos.
Produtores receberam visitas técnicas que deram o aval para dois produtores da região, falta apenas a habilitação do estado como exportador para o mercado europeu por meio do frigorífico Minerva.
Fonte:DCI 

Fonte: Canal do Produtor



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