Existem uma série de variáveis que interferem no rendimento do gado, uma delas é o pasto. Rodrigo Amorim Barbosa, pesquisador da Embrapa Gado de Corte na área de formação de pastagem, conversou com o Brasil Rural sobre a importância do planejamento e da informação no plantio do pasto.
Ele explica que o final do ano, por ser uma época de chuvas, é uma época favorável para o crescimento das plantas de pastagem, com uma oferta de forragem bastante interessante para que o produtor use na alimentação do seu rebanho.
- O período de plantio também é agora, podendo chegar até o fim de janeiro em algumas regiões, mas todo o trabalho de preparo e atividades referentes a maquinário já devem estar em andamento – afirma.
Independente do método de recuperação ou de plantio de uma nova área, segundo o pesquisador, é essencial que o produtor tenha em mente que ele tem que comprar uma semente de qualidade.
O pesquisador explica também que o sucesso do estabelecimento depende tanto das praticas culturais, quanto das sementes.
- Se você pegar uma semente de qualidade ruim, muitas vezes todo o investimento que você faz em termos de preparo de solo, de planejamento de cerca, de adubos eventualmente acaba indo por terra se você não tem uma semente de boa qualidade – ressalta Rodrigo Amorim ao falar da importância de utilizar sementes de confiança e procedência garantida.
Outra detalhe, diz o pesquisador, é que ao formar uma nova área de pastagem é preciso levar em consideração vários elementos, entender o objetivo do sistema de produção, se planejar e escolher o melhor material forrageiro para a situação. A escolha da planta forrageira depende da região, da fertilidade do solo, do valor nutritivo e da aceitação do gado. Na atividade de engorda, por exemplo, é preciso trabalhar com um capim de melhor qualidade nutricional, que requer maior fertilidade, ou tratamento prévio do solo, diz Rodrigo Amorim.
Sobre a produtividade na pecuária brasileira, para o pesquisador, a atividade tem evoluído e isso se deve em parte aos materiais de forragem utilizados. No Brasil, as plantas do gênero braquiária são as mais plantadas, mais de 80% das áreas de pastagem usam essas plantas, explica. Esse gênero possui diversas espécies e variedades. Em áreas de fertilidade natural baixa, áreas sujeitas a alagamento existem opções de braquiária humícola, que são materiais menos exigentes. É muito importante se informar e ter o conhecimento prévio ao adquirir uma forma de pastagem ou até mesmo fazer teste em pequenas áreas para garantir o retorno.
Fonte: EBC – Empresa Brasil de Comunicação