Os Estados Unidos colhem uma safra sem precedentes no agronegócio mundial e o mercado ainda não sabe exatamente o que fazer com tanto grão. São 500 milhões de toneladas apenas de milho e soja que, pouco a pouco, saem das lavouras norte-americanas, 50 mi t a mais do que em 2015.
- Nós realmente temos um desafio com a demanda – afirma Tricia Braid, porta-voz do Illinois Corn, a associação dos produtores de milho do estado.
Algumas saídas são vias de longo prazo, como o aumento da participação do etanol extraído do cereal no setor de combustíveis.
Entretanto, com uma oferta tão grande, tempo é algo que norte-americanos não podem se dar ao luxo de perder.
- O passo mais rápido é aumentar as exportações – diz Phil Thornton, também do Illinois Corn. – Quem sabe para o Brasil – brinca.
E, se toda brincadeira tem um fundo de verdade, neste caso, mais ainda. A produção precisa ser escoada e, como o Brasil teve problemas com o cereal na última safra, aparecemos como um cliente a ser fisgado.
Por enquanto, os EUA se aproveitam da geografia: como estão no hemisfério norte e colhem primeiro, acabam concentrando a oferta. Até o momento, o país já comercializou 41% do milho e 61% da soja da temporada 2016/17, bem mais que no último ciclo, quando os preços estavam em baixa.
- O setor de esmagamento está aquecido na China, por isso a demanda pela soja em grão está muito boa – esclarece o economista da Bolsa de Chicago, Fred Seamon.
Fonte: Gazeta do Povo