Maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, com embarques de 1,93 milhão de toneladas em 2014, o equivalente a US$ 1,97 bilhão, o Brasil investe cada vez mais na sanidade de sua citricultura. Dentro dessa estratégia, uma das ações mais relevantes é a Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico (Canecc), desenvolvida desde 1974. Esta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nomeou técnicos de seu quadro e representantes dos órgãos estaduais de defesa fitossanitária e do setor privado para compor a coordenação-geral da Canecc.
Entre as ações voltadas à erradicação do cancro cítrico – doença causadora de grandes prejuízos financeiros à citricultura -, está a fiscalização dos viveiros produtores para garantir que apenas mudas sadias possam ser produzidas e comercializadas. Interligada a esse trabalho está a fiscalização nas barreiras rodoviárias.
- Uma das formas mais comuns de propagar o cancro cítrico é por meio de mudas não fiscalizadas, que podem ser produzidas com materiais contaminados. Por isso, reforçar esse trabalho nos estados é uma das ações que o Mapa e os órgãos estaduais priorizam para impedir o comércio clandestino de mudas – diz o coordenador-geral da Canecc, o fiscal agropecuário Ricardo Raski.
De acordo com Raski, outro eixo que a coordenação-geral da Canecc pretende dar ênfase é o trabalho de educação sanitária. Isso visa a alertar diferentes segmentos da sociedade sobre o risco que o cancro cítrico representa para a geração de renda e empregos na citricultura brasileira.
Doença
Nomeada na última segunda-feira (15) por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, a coordenação-geral da CANECC é encarregada ainda de divulgar as propriedades interditadas por causa da doença e quais foram desinterditadas pela fiscalização dos órgãos estaduais.
O cancro cítrico é provocado por uma bactéria que penetra nos tecidos dos ramos, das folhas e dos frutos pelas aberturas naturais das folhas e frutos ou por ferimentos causados por espinhos, material de colheita e também o trânsito de veículos em áreas com pomares contaminados. A bactéria se espalha pelo pomar e pode se deslocar por dezenas ou mesmo centenas de metros e infectar novas plantas e pomares.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento