A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) participou de reunião onde foi apresentado, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. O projeto, que será publicado ainda neste mês, terá forma de normativa. A estimativa é de que em 2021 o Brasil suspenda a vacinação para encaminhar pedido de certificação como área livre da doença sem vacinação pela Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE).
Apesar do apoio, a Farsul adota uma postura crítica em relação ao programa.
Conforme seu vice-presidente, Gedeão Pereira – em um país continental como o Brasil com mais de 200 milhões de cabeças bovinas, nós temos que ter ações muito fortes que possam, efetivamente, levar a esse tipo de controle e aí estão as nossas dúvidas – afirma.
Pereira lembra que a proposta está dentro do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa) – é um programa maior que o Brasil está tomando a dianteira antes de outros países sul-americanos – comenta.
Ele também destaca que as Américas do Norte e Central já são áreas livres sem vacinação e a intenção é que o continente inteiro conquiste essa condição nos próximos anos.
O Rio Grande do Sul está no quinto bloco conforme o cronograma. O coordenador do programa, Plínio Lopes, explica que a programação levou em consideração vários aspectos, entre eles estão as relações de trabalho e sanitária de países vizinhos e as fronteiras.
- Nós temos uma extensão muito grande de fronteiras no Brasil, só que elas são diferentes. Algumas têm barreiras sanitárias naturais, outras não – descreve.
Um dos fatores determinantes para a elaboração do cronograma está no fato do estado possuir áreas de fronteiras secas mais extensas.
- É claro que nós temos previsto também ações de avaliações de riscos para serem feitas, onde será levado em consideração novamente essa questão de fronteira e as condições sanitárias dos países vizinhos. Temos indicado no plano, ações de intensificar as relações internacionais no sentido de trabalharmos mais em conjunto com os países vizinhos – destaca Lopes.
Para o vice-presidente da Farsul o debate com a participação efetiva e constante do setor privado é necessário.
- Evidente que nós temos que ter, e deverão ser criados, fóruns em níveis nacional e estaduais, onde o setor privado, que nós representamos, irá se manifestar no seu devido tempo e irá opinar sobre a validade ou não da retirada da vacina em 2021 – ressalta Pereira.
Fonte: FARSUL