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ENTIDADES DO AGRONEGÓCIO SÃO FUNDAMENTAIS NO PROCESSO DE SUCESSÃO FAMILIAR

Tanto quanto os preços das commodities, as tecnologias adotadas nas lavouras e as novas variedades de sementes disponíveis no mercado, a sucessão familiar figura entre os principais temas debatidos no campo (e fora dele). “Independente do ramo produtivo, da região, da intensidade econômica ou dos recursos, a sucessão na atividade agropecuária é hoje um desafio para todas as famílias, das mais abonadas às de menor renda”, destaca Zander Navarro, sociólogo, professor e pesquisador da Embrapa Estudos e Capacitação, em Brasília.

Para Navarro, que será um dos palestrantes do evento de premiação do programa Empreendedor Rural, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR no final do ano, o processo de sucessão precisa ser realizado em parceria do pai com o filho, com apoio decisivo das organizações do campo, cooperativas, extensão rural, movimento sindical (patronal e de trabalhadores rurais) e ONGs, ou seja, toda e qualquer entidade que se dedica ao desenvolvimento rural. “Essas participações na transição no comando dos estabelecimentos rurais reduz os conflitos e cria mecanismos para suavizar a transição”, destaca.

Acompanhe detalhes da entrevista que Zander Navarro concedeu ao Boletim Informativo da FAEP.

Boletim Informativo – Muitos jovens estão deixando a fazenda para ir morar nas cidades. Quais os efeitos que esse processo pode gerar?

Zander Navarro – No geral, a vida rural é muito precária. Os serviços de saúde são péssimos, a educação para as crianças é ruim e existe também o isolamento social. Em algumas regiões, as moças estão deixando o campo primeiramente, pois detêm níveis de escolaridade mais altos e encontram emprego nas pequenas cidades de sua região. Assim, a razão de gênero (relação entre homens e mulheres, segundo faixas de idade) está se desequilibrando contra os rapazes. Se esse fenômeno continuar, o processo de esvaziamento do campo se tornará irreversível, pois as comunidades rurais se tornarão intoleravelmente “masculinizadas” para os rapazes que permanecerem no campo.

BI – De uma forma geral, os produtores brasileiros estão preparados, ou melhor, preparam seus filhos para sucessão nos negócios?

ZN – Não, de forma alguma. São raros aqueles que discutem o assunto e se preparam para o dia em que precisarão transferir o controle do patrimônio para um dos membros da família. É um tema emergente, para o qual não estamos ainda preparados, nem a maioria das famílias rurais e nem aqueles interessados no destino das regiões rurais ou da produção agropecuária.

Leia a entrevista completa 

 

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Fonte: Sistema FAEP



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