Tudo começou com um curso de capacitação em 2011. Naquele ano, um grupo de mulheres de Conceição das Alagoas, no Triângulo Mineiro, participou de um treinamento oferecido pela Emater-MG sobre processamento artesanal de alimentos. Durante as aulas, elas aprenderam sobre boas práticas de produção, técnicas de fabricação de quitandas e tiveram noção de cálculo de custos e formação de preços.
- Foi naquele encontro que um grupo de produtoras rurais mostrou maior interesse em desenvolver uma nova atividade que gerasse renda. Após a capacitação, elas se reuniram para inciar a experiência de produzir quitandas nas propriedades e vender em eventos como reuniões da associação, festas da comunidade e missas – explica a extensionista em Bem-Estar da Emater-MG no município, Jacqueline de Castro Souza.
Não demorou muito e as quitandas como bolos, biscoitos, pães, roscas, broas e pão de queijo fizeram tanto sucesso que os moradores da cidade começaram a fazer encomendas. Foi aí que as mulheres perceberam que não dava mais para manter a fabricação no campo e alugaram uma cozinha na cidade para onde transferiram a produção das quitandas.
- A gente saía da roça bem cedinho, às cinco horas da manhã, para produzir as quitandas na cidade. Uma hora da tarde tinha que estar tudo pronto. A gente colocava as quitandas no porta-malas do carro e saía pela cidade vendendo – explica a produtora Rose Cristina.
Ponto de venda
Com o passar do tempo a freguesia só aumentou e foi necessário dar um outro passo. As quitandeiras alugaram um novo espaço, onde pudessem não só produzir, mas que servisse ainda como ponto de comercialização. Isso permitiu que se dedicassem à produção também durante as tardes, sem a necessidade de percorrer a cidade para fazer as entregas.
Assim nasceu a ‘Quitandas Delícias da Roça’. O espaço é uma fábrica de artesanal de alimentos caseiros, com decoração simples e rústica. Os produtos são feitos com matéria-prima local, como queijo, polvilho caseiro e ovos caipiras. Com assessoria da Emater-MG, elas também conseguiram a regularização tributária, tornaram-se empreendedoras e ainda geraram postos de trabalho, com a contratação de duas vendedoras, uma auxiliar de cozinha e um entregador. Outra novidade na rotina das quitandeiras foi o uso das redes sociais para divulgar a produção.
- As pessoas vêm de outras cidades para conhecer e experimentar os produtos. Muitos são resultado dos cursos ministrados pela Emater-MG e outros são garimpados de antigos livros de receitas das famílias. Posso falar que é uma história de vitória e superação, que aumentou não somente a renda das famílias, como também a autoestima dessas mulheres – observa a técnica da Emater-MG.
A satisfação pelo sucesso do empreendimento é percebida no comentário das produtoras.
- Melhorou bastante desde que nós começamos. As pessoas daqui e das outras cidades comentam que é difícil encontrar quitandas caseiras como as nossas. Elas ficam maravilhadas – comemora Rose Cristina.
Fonte: Emater MG