GENEBRA – As autoridades suíças e europeias ampliam o embargo contra a entrada da carne brasileira, produzida por empresas envolvidas na fraude revelada pela Polícia Federal. Berna e Bruxelas, que inicialmente haviam barrado apenas quatro empresas brasileiras, tomaram a decisão de banir a entrada dos produto de qualquer uma das 21 empresas citadas na Operação Carne Fraca.
Ainda que a maioria dessas empresas não venda para o mercado suíço, a medida tem como objetivo evitar uma manobra dos exportadores para usar o território suíço para conseguir que a carne brasileira chegue nos mercados europeus.
Bruxelas também tinha indicado que havia solicitado ao Brasil retirar da lista de exportador qualquer empresa envolvida no caso. Inicialmente, ela havia citado apenas as quatro empresas, já que esse seria o número de estabelecimentos que de fato estariam participando do comércio internacional. Mas, na sexta-feira, o bloco europeu já não mais falava em quatro empresas e optou por deixar claro que o embargo estaria válido para todas as empresas citadas na Operação e que representassem um risco.
Bruxelas ainda indicou que “todos os carregamentos” das empresas citadas na Operação seriam impedidos de passar as fronteiras do bloco, mesmo que já estivessem em navios a caminho da Europa.
Com um incidente por semana, Europa diz que já havia identificado problemas com carne.
GENEBRA – O sistema de alerta sanitário da Europa registrou quase um caso de irregularidade por parte das carnes brasileiras a cada semana, o que levou Bruxelas a tratar do assunto com o governo brasileiro antes mesmo da Operação Carne Fraca. Dados obtidos pelo Estado revelam que, desde janeiro de 2016, 48 casos de problemas sanitários com o frango nacional e sete com outras carnes foram descobertos.
Em 2017, dos 23 problemas identificados com carregamentos de carnes brasileiras em menos de 3 meses, 21 foram rejeitados nos portos europeus e mandados de volta ao Brasil. Em 2016, dos 32 casos envolvendo carnes brasileiras, 28 foram rejeitados na fronteira.
Em 2015, foram outros 51 indicentes. Todos os casos, segundo os europeus, foram comunicados às autoridades brasileiras. Os dados foram compartilhados com todos os demais países europeus e dentro de um sistema de alerta conhecido como RASFF (Rapid Alert System for Food and Feed).
Fonte: Estadão