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EM CINCO ANOS, PROJETO CAMPO FUTURO DA CNA PROMOVEU 39 PAINÉIS DE FRUTICULTURA EM 34 MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Brasília (19/11/2015) – Em cinco anos, o Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu 39 painéis dos custos de produção da fruticultura em 34 municípios brasileiros. Resultado de uma parceria entre o Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o projeto levantou os dados econômicos e agronômicos dos sistemas de produção do cacau, melão, limão e manga. As informações levantadas e analisadas subsidiam a formulação de políticas voltadas para as demandas do setor e, também, para melhorar a gestão de custos e riscos dos produtores.

Os resultados foram apresentados pelo engenheiro agrônomo e coordenador de Pesquisas e Serviços em Gestão do Centro de Inteligência em Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), Diego Humberto de Oliveira, na primeira parte do painel do Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro 2015, realizado na quarta-feira (18/11), em Brasília. De acordo com o engenheiro, somente este ano, foram coletados os tipos de processo produtivo dos municípios de Eunápolis, Gandu e Itajuípe na Bahia, Limoeiro do Norte no Ceará, Jaíba e Matias Cardoso, em Minas Gerais, Mossoró no Rio Grande do Norte e Catanduva em São Paulo.

Os tipos de produção identificados nessas regiões foram o manual e mecanizado. Apenas os munícipios de Gandu e Itajuípe na Bahia conduzem toda a lavoura manualmente. Já nas outras cidades, as atividades são realizadas com o auxílio de máquinas e implementos, porém a colheita é feita manualmente. “Na região produtora de cacau com maior grau de mecanização, Eunapólis, (BA), a área produtiva é 60% maior, em média. Apenas nessa região o sistema de cultivo é irrigado e essa característica influencia na produtividade”, explicou Diego durante a apresentação.

Cerais, fibras e oleaginosas – Os resultados econômicos referentes aos levantamentos de custo de produção das culturas de soja, milho, trigo e arroz irrigados também foram coletados e apresentados no Seminário. Um ponto importante destacado pelo palestrante e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, foram as condições climáticas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba. Foi constatado que o excesso de chuva entre julho e agosto de 2014 prejudicou a produção de trigo em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Já no final do ano passado e início deste ano, faltou chuva nas lavouras de verão da safra 2014/2015 das regiões Sudoeste e Leste de Goiás, Sul do Piauí, Sul do Maranhão, Oeste da Bahia e no Triângulo mineiro, de acordo com o Campo Futuro. “As condições climáticas refletem diretamente no ganho de produtividade da lavoura. Dependendo da quantidade de chuva, pode haver manifestação de pragas e doenças, como a lagarta falsa medideira que ataca as lavouras de soja”, disse Mauro Osaki.

Silvicultura – Para finalizar a primeira parte do Seminário Nacional do Campo Futuro, o palestrante e pesquisador da Dendrus da Universidade Federal de Viçosa, Sebastião Valverde, apresentou os custos de produção da silvicultura. De acordo com ele, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de celulose, entre os produtores integrados, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá. “A atividade florestal é extremamente dependente de mão de obra. Mesmo implantada em áreas planas, mecanizáveis, algumas operações, como combate a formiga, irrigação e aplicação de herbicida, são manuais. Por conta disso, a viabilidade da atividade é afetada pelo custo do trabalho, pois a maioria dos trabalhadores tem seu rendimento indexado ao salário”, falou.

Os resultados do Projeto Campo Futuro revelaram que há uma desvalorização do carvão frente ao salário mínimo. Em 2005, era necessária apenas 0,72 tonelada para se pagar um salário, enquanto, este ano, 1,5 tonelada. Assim, o carvão sofreu uma desvalorização de 108,3% em relação ao salário mínimo, comprometendo a viabilidade econômica da produção desse termo-redutor.

Assessoria de Comunicação CNA
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Fotos: Wenderson Araújo e Gustavo Fröner
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Fonte: Canal do Produtor



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