A falta de chuvas causada pelo fenômeno El Niño – o superaquecimento das águas de superfície do Pacífico – deve reduzir a produção de grãos em Balsas, afetando a economia da região sul do Maranhão.
A instabilidade, além de prejudicar a safra de soja, principal produto agrícola da região, também pode inviabilizar o plantio da safrinha de milho no início do ano que vem. Até o momento, os agricultores plantaram menos de 50% dos 700 mil hectares previstos para a safra de verão da soja.
Em muitas áreas, o plantio está atrasado há mais de 40 dias porque não choveu o suficiente. Quem plantou, reclama da estiagem provocada pelo fenômeno porque o desenvolvimento das plantas está abaixo do esperado.
Em uma lavoura, o agrônomo Cássio Monteiro mostra que a soja germinou por causa da palhada que deixa o solo mais úmido, mas se não chover nos próximos dias, o prejuízo será inevitável.
- Nos próximos dias, se não chover, essa soja não consegue sobreviver. A cada dia de atraso, perde-se, em teoria, um saco de soja em produtividade. Ou seja, a liquidez do produtor, ela tende a se achatar cada vez mais, inviabilizando a rentabilidade – explica.
Em dezembro, estão previstos apenas 50 ml de chuva na região, metade da média histórica dos últimos cinco anos, o que significa que os agricultores devem ser obrigados a desistir da safra de soja e antecipar o plantio do milho.
- A cada previsão, a gente tem surpresas de cancelamento de chuvas, ou seja, as previsões são proteladas, os produtores vão perdendo a janela ideal de plantio. Muitos já estão pensando e muitos já estão levando a cabo a desistência do plantio da soja e já desejando fazer o plantio da safra cheia de milho, como forma de minimizar o prejuízo – observa Monteiro.
Fonte: G1 – MA