O dólar fechou a terça-feira com leve alta ante o real, interrompendo sequência de quatro quedas, com investidores aproveitando os baixos níveis de preços da moeda norte-americana e acompanhando o movimento no mercado externo.
O dólar avançou 0,13 por cento, a 3,3565 reais na venda, depois de bater 3,3270 reais na mínima do dia e 3,3666 reais na máxima. Nos quatro pregões anteriores, a moeda norte-americana havia cedido 2,58 por cento.
O dólar futuro operava praticamente estável no final desta tarde, com leve alta de 0,01 por cento.
- A queda da manhã levou o dólar para um nível atrativo e houve importadores e tesourarias atuando na compra – comentou o diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, acrescentando que a alta do dólar frente a outras moedas no exterior à tarde ajudou a embalar o movimento no mercado doméstico.
Sobretudo na semana passada, os mercados cambiais sofreram forte aversão ao risco após a surpreendente eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, alimentando temores de que sua política econômica será inflacionária e pressionará o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar ainda mais os juros.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, estavam em 100 por cento as apostas de alta de juros nos EUA em dezembro.
Diante disso, o BC brasileiro passou a atuar no mercado de maneira mais contundente, com leilões de swaps tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– tanto para rolagem como para colocar novos contratos no mercado.
Nesta sessão, no entanto, a autoridade monetária repetiu o movimento da véspera e realizou apenas um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de dezembro, colocando toda a oferta de até 19.815 swaps. O volume foi ligeiramente inferior ao que vinha sendo ofertado até então, de 20 mil contratos, e serviu para concluir a rolagem de todos os vencimentos do próximo mês, equivalente a 6,490 bilhões de dólares.
Diante disso, especialistas acreditam que o BC deve interromper suas atuações no mercado de câmbio, pelo menos por enquanto.
- O BC vai analisar o mercado, o dólar já não está mais em 3,50 reais (como chegou no intradia na semana retrasada). Acho que ele não vai atuar até o início de janeiro – avaliou Rugik, da Correparti.
Até a eleição de Trump, em 8 de novembro, o BC vinha apenas realizando leilões de swaps cambiais reversos, que equivalem à compra futura de dólares, para reduzir os estoques de swaps tradicionais, atualmente em cerca de 26,6 bilhões de dólares.
Para os especialistas, esses leilões não devem voltar tão cedo. “Há quem aposte na volta de swap reverso (com o dólar) na casa de 3,20 reais… No momento, fato é que swap reverso poderia fazer mais mal do que bem para a volatilidade do dólar”, disse o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
Fonte: Reuters