O dólar operava com leve baixa nesta quarta-feira, já testando patamar abaixo de 3,15 reais, influenciado pela expectativa de ingresso de recursos externos e ainda em meio ao ambiente político doméstico mais calmo.
Às 11:08, o dólar recuava 0,14 por cento, a 3,1510 reais na venda, depois de recuar 1,65 por cento nos últimos três pregões. Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,1469 reais.
O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,20 por cento.
- Os IPOs podem apoiar o bom humor – afirmou o analista da corretora Correparti, Guilherme Esquelbek.
Na véspera, o Carrefour Brasil fez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), movimentando 5,125 bilhões de reais. Na sexta-feira, deve sair a precificação da Biotoscana Investments e ainda estão na lista para abertura de capital a empresa de tecnologia Tivit Terceirização de Processos, a operadora de planos de saúde Notre Dame, a resseguradora IRB Brasil e a geradora de energia Ômega.
Além disso, o ambiente político mais tranquilo com o recesso parlamentar dava uma trégua para os investidores, que também percebiam certo alívio nas relações entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após jantar entre os dois na véspera, em meio à polêmica sobre tentativas de ambos cooptarem deputados da bancada do PSB para seus respectivos partidos.
Temer enfrenta denúncia por crime de corrupção passiva, cujo andamento terá de receber o aval da Câmara. O mercado continuava apostando que, com ou sem o presidente, a agenda de reformas deverá prosseguir, uma vez que a atual equipe econômica poderia continuar mesmo com outro assumindo a Presidência do país. Na linha sucessória, está Maia.
Mesmo sem condições políticas de tocar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados antes de resolver a crise causada pela denúncia contra Temer, o Palácio do Planalto decidiu investir na reforma tributária, que não exige mudanças constitucionais e tem potencial para criar boas notícias para o governo mais rapidamente.
No exterior, os mercados também davam suporte para o clima mais positivo para moedas de países emergentes, com apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve elevar tanto os juros da maior economia do mundo, movimento que aumentaria o potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
Além disso, os investidores estavam à espera das reuniões de política monetária do Banco do Japão e do Banco Central Europeu (BCE), no dia seguinte.
O Banco Central brasileiro realizará nesta sessão novo leilão de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– para a rolagem dos contratos que vencem em agosto.
Fonte: Reuters