O dólar fechou no menor patamar ante o real em mais de duas semanas nesta segunda-feira, com a ausência de novidades no front da reforma previdenciária abrindo espaço para o mercado de câmbio captar o ambiente de dólar fraco no mundo que predominou nesta sessão.
A moeda norte-americana caiu 0,62 por cento, a 3,8491 reais na venda.
É o menor patamar para um encerramento desde 21 de março, quando a cotação fechou em 3,8001 reais.
Na B3, a referência do dólar futuro cedia 0,59 por cento, a 3,8560 reais.
No exterior, o índice que mede o valor do dólar frente a uma cesta de divisas caía 0,36 por cento no fim da tarde. O real teve o terceiro melhor desempenho dentre um conjunto de 33 pares do dólar, atrás apenas da coroa norueguesa e do rublo russo, no dia em que as commodities bateram máximas desde meados de novembro.
A queda do dólar nos mercados internacionais foi atribuída à melhora do sentimento após uma série de dados mais fortes em economias desenvolvidas amenizar temores quanto a uma desaceleração da atividade ainda mais intensa que a prevista.
Esta sessão trouxe poucas novidades sobre o andamento da reforma da Previdência, foco do mercado. O relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), afirmou, em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira, que se coloca como favorável à proposta do governo do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o Goldman Sachs, além do dia positivo para moedas de risco, a depreciação sofrida pelo real recentemente também deixou a moeda brasileira tecnicamente mais preparada para ganhos em dias benignos.
Entre 31 de janeiro, quando o dólar bateu a mínima recente (3,6588 reais), e a máxima de 3,9545 reais alcançada em 27 de março (3,9545 reais), o dólar subiu 8,08 por cento (real se desvalorizou 7,48 por cento).
“O ‘carry’ (retorno com juros) do real é baixo em termos nominais, mas os níveis da moeda estão mais atraentes depois de algumas semanas de performance mais fraca em relação a seus pares”, disseram estrategistas do Goldman em nota a clientes. “Se o crescimento da China melhorar e os preços das commodities continuarem firmes, a moeda deverá apreciar”, acrescentam os profissionais.
Fonte: Reuters