O dólar firmou queda e já operava na casa de 4,05 reais após levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostrar avanço do candidato Jair Bolsonaro (PSL), não confirmando a estabilização vista no último levantamento Ibope, e vitória contra Fernando Haddad (PT) em cenário de segundo turno.
Às 10:38, o dólar recuava 0,58 por cento, a 4,0592 reais na venda. Na máxima, logo depois da abertura, a moeda foi a 4,0949 reais e, na mínima a 4,0511 reais. O dólar futuro tinha baixa de 0,4 por cento.
“O mercado gostou da pesquisa porque mostrou Bolsonaro crescendo, não consolidando sua estagnação, e ainda acima de 30 por cento”,
justificou o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
Segundo a pesquisa do Instituro Paraná, Bolsonaro segue na liderança, com 31,2 por cento das intenções de votos, ante 20,2 por cento de Haddad e 10,1 por cento de Ciro Gomes (PDT). No levantamento anterior, os percentuais eram de, respectivamente, 26,6 por cento, 8,3 por cento e 11,9 por cento.
Se esse cenário se confirmar, um provável segundo turno aconteceria entre Bolsonaro e Haddad, sendo que o primeiro venceria por 44,3 por cento a 39,4 por cento.
O mercado ainda aguarda para as 14 horas novo levantamento Ibope, preparado a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“As pesquisas de hoje serão de extrema relevância para consolidar ou esvaziar parcialmente a leitura de estagnação das intenções de voto em Jair Bolsonaro, bem como a crescente de Fernando Haddad, especialmente no que se refere às expectativas de iminente segundo turno entre esses”,
afirmou a equipe da corretora H.Commcor em relatório divulgado mais cedo.
No começo da semana, outra pesquisa do Ibope mostrou que Bolsonaro manteve os 28 por cento das intenções de voto, enquanto o petista subiu a 22 por cento, em segundo lugar.
Além disso, no segundo turno, Bolsonaro só não perderia para Marina Silva (Rede). Esse cenário mais difícil para o candidato do PSL deixou investidores cautelosos.
O mercado prefere alguém mais comprometido com o ajuste das contas públicas e tem jogado suas fichas recentemente em Bolsonaro, já que o preferido Geraldo Alckmin (PSDB) segue sem tração nas pesquisas.
As atenções nesta quarta-feira também estão voltadas para a decisão de política monetária do Federal Reserve. Com os investidores dando como certo o aumento dos juros, buscarão pistas sobre o ritmo do aperto monetário pelo banco central norte-americano.
No exterior, a expectativa pela decisão do banco central norte-americano mantém o dólar em alta ante a cesta de moedas. Ante as divisas de países emergentes a moeda tinha comportamento misto, em queda ante o peso chileno e o rand sul-africano e em alta ante o rublo e o peso mexicano.
O Fed divulga junto com a decisão de política monetária novas projeções econômicas e em seguida o chair Jerome Powell dará entrevista à imprensa. O mercado buscará indícios sobre o futuro da política monetária diante da aceleração no crescimento econômico dos Estados Unidos e do ambiente mais adverso com a guerra comercial com a China.
“Ao Federal Reserve, em território relativamente desconhecido, resta seguir em diante com a normalização das taxas de juros, de modo a evitar uma surpresa inflacionária além do controle, sem, no entanto, travar o atual ritmo da economia”,
afirmou a gestora Infinity em relatório.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de 9,801 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Fonte: Reuters