O dólar caiu quase 1 por cento e voltou abaixo de 3,40 reais nesta sexta-feira graças à forte atuação do Banco Central no mercado de câmbio, que aliviou a pressão de alta vinda do mercado externo diante da percepção dos investidores de aumento iminente dos juros nos Estados Unidos.
O dólar recuou 0,93 por cento, a 3,3870 reais na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,16 por cento, após três altas semanais consecutivas. O dólar futuro perdia cerca de 0,95 por cento no final desta tarde.
Na máxima do dia, o dólar chegou a 3,4383 reais e, na mínima, a 3,3727 reais.
- As seguidas intervenções do BC fizeram com que o real performasse melhor que seus pares – comentou o operador da corretora Renascença, Luís Laudísio.
O BC vendeu nesta manhã todos os 10 mil novos contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, e todos os 20 mil contratos para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro.
- O viés da moeda (norte-americana) é de alta, pressionada pelo exterior… com a perspectiva de aumento de juros após a fala de Yellen – avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Na véspera, a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, disse que a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não alterou em nada os planos do banco central norte-americano de aumentar a taxa de juros “relativamente em breve”.
Com isso, cresceram as apostas de que o Fed elevará os juros em dezembro. E, com temores de que a política econômica de Trump possa ser inflacionária, cresceram expectativas de que o Fed pode acelerar o passo de sua política monetária mais apertada.
No exterior, o dólar atingiu nesta sessão os níveis mais altos desde 2003 ante uma cesta de moeda.
Internamente, questões domésticas começavam a fazer ruído nos mercados, como a situação fiscal dos Estados e as prisões de políticos, como ex-governadores do Rio de Janeiro, justamente um dos Estados com pior situação financeira.
- A pressão sobre os mercados locais tende a voltar… Por enquanto, é difícil esperar um recuo forte da percepção de risco-país – comentou a corretora Guide em relatório a clientes.
Fonte: Reuters