O dólar fechou com queda de 1,5 por cento nesta quarta-feira, perto de 3,20 reais, influenciado pela sinalização do Federal Reserve, banco central norte-americano, de que deve elevar apenas uma vez neste ano sua taxa de juros, o que reduziu a aversão ao risco.
O dólar recuou 1,52 por cento, a 3,2114 reais na venda, menor patamar desde 8 de setembro (3,2104 reais). Na mínima da sessão, o dólar marcou 3,2087 reais, já após a decisão do Fed.
O dólar futuro caía cerca de 1,50 por cento no final desta tarde.
- O Fed deu a impressão de que está cada vez mais distante um aumento dos juros. E o dólar só tinha o Fed para segurar as cotações – comentou o economista de uma corretora nacional.
Nesta tarde, o Fed manteve suas taxas de juros entre 0,25 e 0,50 por cento, como amplamente esperado, mas as autoridades reduziram o número de altas de juros que esperam neste ano de duas para uma, de acordo com a projeção mediana de estimativas divulgada com o comunicado.
O Fed também reeduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país a 1,8 por cento neste ano, contra 2 por cento antes, e manteve suas contas para o núcleo da inflação, com alta de 1,7 por cento. Mas, para 2017, cortou a previsão de alta dos preços a 1,8 por cento.
- O comunicado sinalizou um banco central mais duro, com o Fed ainda trabalhando com pelo menos uma alta de juros este ano – comentou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. “Mas quando olhamos as projeções para inflação… vemos que o movimento de elevação (dos juros) deve ser bem gradual, até mais do que anteriormente previsto – acrescentou.
As chances de aumento da taxa de juros dos EUA no encontro de dezembro perderam força durante a tarde, segundo as taxas de juros futuros do país.
Juros maiores nos Estados Unidos tendem a atrair recursos atualmente aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
A trajetória de baixa da moeda norte-americana frente ao real nesta sessão também foi influenciada pelo Banco do Japão, que mudou o foco da sua política monetária e determinar meta para rendimentos de títulos públicos.
- Essa decisão inesperada do BC japonês ajustou os ‘yields’ dos títulos longos (nos EUA) e fez dólar cair – comentou mais cedo o gestor de uma corretora nacional.
O banco central japonês fez uma mudança abrupta e adotou como foco a taxa de juros de títulos do governo buscando alcançar sua meta de inflação, após anos de forte impressão de dinheiro que não tirem efeito para tirar a economia de décadas de estagnação.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap reverso, equivalente à compra futura de dólares.
Fonte: Reuters