O dólar recuava ante o real nesta segunda-feira, após saltar mais de 1 por cento na semana passada e encostar no patamar de 3,30 reais, com os investidores ainda muito atentos às negociações do governo para tentar aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados neste ano.
Às 10:19, o dólar recuava 0,43 por cento, a 3,2805 reais na venda, depois de subir 1,17 por cento na semana passada. O dólar futuro tinha baixa de 0,39 por cento.
Em meio às dificuldades para conseguir apoio político, o presidente Michel Temer admitiu na véspera a possibilidade de a reforma da Previdência ser votada somente em 2018 na Câmara dos Deputados, mas acrescentou que era “possível” aprovar o texto ainda neste ano na Casa.
Na semana passada, Temer havia dito que não cogitava a possibilidade de a reforma, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, ser votada em 2018.
- O mercado não parece disposto a assumir esse risco (de não votar este ano), colocando a aprovação no plenário da Câmara esse ano como crucial, tendo em vista o longo recesso parlamentar e, principalmente, o fato de 2018 ser ano eleitoral – destacou a corretora Coinvalores em relatório.
O governo tem trabalhando para conquistar apoio de todos os lados. Com a saída de Antonio Imbassahy da Secretaria de Governo na última sexta-feira, Temer escolheu o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a vaga e, assim, agradar ao centrão.
O calendário do governo prevê que a reforma começará a ser discutida na próxima quarta-feira e, na semana seguinte, exista a possibilidade de ser votada pelo deputados. O governo precisa de votos de 308 deputados em dois turnos de votação. O Banco Central fará novo leilão de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em janeiro, no total de 9,638 bilhões de dólares.
No exterior, o dólar trabalhava com leve queda ante uma cesta de moedas e também frente a algumas divisas de emergentes, como o rand sul-africano, o peso chileno e a lira turca.
Fonte: Reuters