O dólar registrava leves oscilações ante o real nesta segunda-feira, com o mercado ainda cauteloso com a capacidade do governo do presidente Michel Temer de conseguir apoio político suficiente para tentar votar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados ainda neste ano.
No exterior, a pressão era de alta, após aprovação da reforma tributária pelo Senado norte-americano no fim de semana, o que pode trazer juros maiores nos Estados Unidos.
Às 10:26, o dólar avançava 0,02 por cento, a 3,2573 reais na venda, depois de acumular alta de 0,75 por cento na semana passada, interrompendo três semanas seguidas de queda pelo temores com a Previdência. O dólar futuro tinha variação negativa de cerca de 0,10 por cento.
- O viés de alta vem do exterior… Aqui, o mercado ainda não jogou a toalha (sobre a reforma da Previdência), acredita que pode passar algo, mas o cenário está instável – afirmou o operador de câmbio do Grupo Ourominas Ademar Vitor Pereira.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano, depois que o Senado norte-americano aprovou proposta de reforma tributária no final de semana.
A reforma dá impulso ao crescimento dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que pode aumentar a dívida pública e pressionar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar ainda mais os juros. Neste cenário, recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira, poderiam migrar para a maior economia do mundo.
Internamente, parte do mercado ainda acreditava na possibilidade de a reforma da Previdência ser aprovada na Câmara em primeiro turno ainda este ano. Na noite passada, Temer se reuniu com lideranças partidárias para tentar conseguir apoio político.
Ao sair do encontro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse esperar ter uma ideia até a próxima quinta-feira de quantos votos favoráveis à reforma da Previdência existem na Casa.
O Banco Central realiza nesta sessão novo leilão de até 14 mil swaps cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, para rol agem dos contratos que vencem em janeiro de 9,638 bilhões de dólares.
Fonte: Reuters