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DÓLAR

O dólar recuava nesta sexta-feira com movimento de correção, após subir e bater o patamar de 3,30 reais, mas ainda em meio a temores sobre a capacidade do governo de Michel Temer para dar andamento à agenda econômica no Congresso Nacional, em especial a da Previdência, considerada fundamental para colocar as contas públicas do país em ordem.

Às 11:00, o dólar tinha queda de 0,11 por cento, a 3,2813 reais na venda, depois de bater 3,3034 reais na máxima do dia. O dólar futuro era negociado com baixa de cerca de 0,30 por cento.

Segundo operadores, houve fluxo de entrada de investidores estrangeiros no meio da manhã, aproveitando as altas cotações dos últimos dias, o que acabou ajudando no movimento de correção.

Ainda assim, a cautela predominava depois que a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia contra Temer na quarta-feira, mas o placar abaixo do esperado pelo governo indicou que o Planalto deve encontrar dificuldades para tocar sua agenda.

Líderes ouvidos pela Reuters admitem que o governo vai ter que redimensionar o tamanho da base e renegociar a agenda a ser votada. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu enxugar a reforma previdenciária em tramitação e tentar restringi-la quanto à adoção da idade mínima para a aposentadoria.

- Não vemos melhora no cenário da reforma (da Previdência). Por isso, o lado fiscal preocupa muito – afirmou o operador do Banco Paulista, Alberto Felix.

Desde meados de julho, a moeda norte-americana vinha sendo negociada basicamente numa banda entre 3,15 e 3,20 reais. Mas, entre o último dia 19 e a véspera, ela saltou 3,78 por cento, já com ceticismo sobre a cena política.

O cenário no exterior favorecia o fortalecimento da moeda norte-americana, em meio às discussões sobre o futuro chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. O presidente do país, Donald Trump, deve anunciar em pouco dias o sucessor da atual comandante do Fed, Janet Yellen, ou se ela será reconduzida.

Trump também avalia o atual diretor do Fed Jerome Powell e ao economista da Universidade de Stanford John Taylor. Este último é visto como mais conservador pelos mercados e sua escolha pode significar mais altas dos juros pelo Fed.

Taxas mais elevadas nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados ao redor do mundo, o que pode resultar em fluxo de saída de capitais do Brasil.

O dólar avançava cerca de 0,50 por cento contra uma cesta de moedas nesta sessão, nas máximas de três meses. Também subia frente a algumas divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

Fonte: Reuters



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