Seis estados líderes em produção e exportação de carne suína e 16.800 quilômetros percorridos. A segunda edição da Expedição Suinocultura, projeto que faz um levantamento técnico-jornalístico da cadeia produtiva da proteína no país, encerrou os roteiros de campo por Minas Gerais e Goiás. Desde o início de setembro, a equipe também passou por Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
De acordo com as observações, em Goiás, a suinocultura se tornou uma atividade empresarial. “Apesar do bom volume de exportação, considerando seu tamanho, todos os abates são feitos por apenas um complexo agroindustrial”, explica o integrante da Expedição Suinocultura, Gabriel Azevedo. Atualmente, o estado é responsável pela produção de 175 mil toneladas de carne suína, ocupando o sexto lugar do Brasil.
Com uma prática completamente diferente do que a vista pela equipe em outros estados, Minas Gerais tem 90% de sua produção voltada ao mercado independente e utiliza uma bolsa de valores própria para fortalecer o mercado. “Para eliminar os atravessadores e evitar excedentes nas granjas, os produtores fazem o ciclo completo na mesma propriedade. Nessas pequenas agroindústrias, os suinocultores têm cotas de entrega e a remuneração é feita com base na quantidade de animais colocados na linha de abate”, explica Azevedo.
Outra cultura
No Sul do país, composto pelos estados líderes em produção e exportação da proteína, o cenário também muda. O modelo cooperativista, adotado por mais de 90% dos suinocultores, faz com que cada produtor seja responsável por uma fase da produção: berçário, creche, recria e terminação.
Segundo Azevedo, no Paraná, houve um grande crescimento da atividade no último ano. “O estado vive um momento muito bom. A crise do milho, ocorrida no ano passado, estabeleceu uma vantagem ao Paraná, justamente por ser o segundo maior produtor de grãos do país. As expectativas das cooperativas estão grandes em relação a essa proteína”, explica.
Santa Catarina, o maior produtor e exportador do país (969 mil t produzidos e 274 mil t exportados em 2016), tem investido em bem-estar animal, nova regra da cadeia de suínos. “Bem-estar é a palavra de ordem na suinocultura. Com maternidades coletivas e manejo pré-abate é possível não só agregar conforto ao animal, mas também ao produto final”, acrescenta Azevedo.
Encerramento
No sábado (21), a equipe de técnicos e jornalistas encerrou a 2ª edição da Expedição Suinocultura com evento gastronômico no Mercado Municipal de Curitiba (PR). Em um ambiente tradicional da feira e do turismo paranaense, o projeto convidou o consumidor para uma degustação de cortes suínos harmonizados com cervejas artesanais. A cozinha foi comandada pelo chef Ricardo Filizola, do La Cocina Eventos. “O grande desafio do Brasil é aumentar o consumo per capita que hoje chega a 14,4kg por ano. Precisamosquebrar paradigmas e romper barreiras sobre a carne suína. Nosso objetivo é mostrar que é uma proteína saudável, é uma carne nutritiva, com sanidade e com cortes mais adaptados à realidade diária do consumidor”, destaca o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo, Giovani Ferreira.
Para o secretário municipal do Abastecimento de Curitiba, Luiz Gusi, aproximar a cadeia produtiva do consumidor final é fundamental para o crescimento do agronegócio. “O Mercado Municipal sempre está à disposição para ações de posicionamento, que quebrem paradigmas de informação. É o espaço de memória gustativa da cidade, onde circulam entre 140 e 150 mil pessoas por semana, que são consumidores formadores de opinião. Além de outros atores importantes da cadeia produtiva, como chefsrenomados da gastronomia, distribuidores e formadores de políticas públicas”.
Fonte: Imprensa – Centro de Comunicação
Fonte: Canal do Produtor