Não é de hoje que o Sistema FAEP/ SENAR-PR trabalha o broto,
para que ele cresça, se desenvolva e dê bons frutos. Por meio dos programas
Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) e Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ),
voltados às novas gerações do campo, a instituição atua pavimentando o caminho
entre a escola e a profissão, contribuindo para a permanência dos jovens no
meio rural, além de levar habilidades úteis nos âmbitos profissional e pessoal.
Essa impressão está comprovada por meio de trabalhos acadêmicos, que tiveram como objeto de estudo os programas AAJ e JAA. Recentemente, duas autoras se debruçaram sobre a contribuição e a influência destes programas no desenvolvimento dos jovens que participaram. Os resultados analisados têm pontos convergentes importantes, confirmando que as iniciativas estão obtendo êxito no propósito de estreitar os laços pessoais e profissionais dos jovens com o campo.
Na dissertação de mestrado defendida em abril deste ano, a
técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR Regiane Hornung entrevistou 326 ex-alunos que
participaram do programa AAJ entre 2010 e 2019, com o objetivo de responder a
seguinte pergunta: “Qual a contribuição do AAJ, no desenvolvimento humano,
cultural e profissional dos jovens do meio rural?”
Um dos resultados observados na pesquisa foi o
direcionamento de boa parte dos egressos para carreiras ligadas ao meio rural,
afinal, 33,1% estavam em graduações como Agronomia, Engenharia Mecânica,
Engenharia de Produção, Engenharia Agrícola, Medicina Veterinária, Engenharia
de Energia, além de técnicos na área de gestão do agronegócio, produção de
grãos e meio ambiente. “Aquilo que eles aprendem na segunda etapa do AAJ, no
núcleo específico, acaba ajudando a dar o direcionamento para o ensino
superior”, observa a pesquisadora. Apenas 2,9% dos entrevistados pararam de
estudar.
Esse direcionamento na carreira é reconhecido pelos próprios
entrevistados. Mais de 58% dos jovens sem vínculo com o meio rural e 70% com
vínculo disseram que houve contribuição do programa para a escolha da profissão
e do curso superior. Da mesma forma, 63% e 70% deles, respectivamente, se
consideraram mais preparados para o mercado de trabalho após o AAJ.
Um ponto convergente que esta e outras pesquisas
identificaram foi a contribuição dos programas do Sistema FAEP/SENAR-PR em
relação às habilidades pessoais como trabalho em equipe, liderança e
comunicação. A pesquisa de Regiane questionou o quanto o AAJ contribuiu para o
desenvolvimento destas habilidades. Dentre aqueles que afirmaram não possuir
vínculo com o meio rural, 92,5% responderam que o programa contribuiu ou muito
contribuiu com aptidões como “falar em público”, “comunicar-se melhor”,
“trabalhar em equipe”, “liderar equipes” e no “relacionamento interpessoal”.
Dentre aqueles que afirmaram possuir vínculo com o meio rural, 89,3% também
atestaram a contribuição do AAJ no desenvolvimento destas habilidades. Além
disso, mais de 70% disseram que o programa contribuiu no momento de conseguir
uma ocupação profissional.
JAA
Também vão ao encontro destes resultados, aqueles
encontrados em outro trabalho acadêmico, a dissertação de mestrado da agrônoma
e instrutora do SENAR-PR, Lidiane Braga, também apresentou resultados
similares. A pesquisa com o tema “A influência do programa Jovem Agricultor
Aprendiz (JAA) no desenvolvimento humano e profissional de jovens”, apresentada
à banca avaliadora da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Unep) em julho
de 2019, contou com 565 entrevistas com ex-alunos do JAA, entre 2013 e 2017.
A autora analisou a percepção destes jovens em relação ao
desenvolvimento das habilidades interpessoais, como comunicação e trabalho em
equipe. 72% consideraram ótimos os conteúdos relacionados ao trabalho em equipe
e 84% bom e ótimo o conteúdo referente à liderança. “Os conteúdos sobre gestão
de pessoas, cidadania, ética, valores humanos e empreendedorismo foram os mais
citados”, afirma a autora. Em relação à escolha profissional, 63% dos
entrevistados reconheceram que o programa ajudou na decisão, e outros 52%
disseram empregar os conteúdos aprendidos no JAA na profissão.
Outra conclusão refere-se ao poder do programa em despertar
nos participantes o sentimento de vínculo com a terra, mesmo entre os jovens do
meio urbano. De acordo com seu estudo, 68% dos entrevistados afirmavam ter
vínculo com a terra no início do programa e, ao final, já eram 92%. Ainda,
outro dado apontou que os jovens que participaram do JAA têm mais interesse por
carreiras profissionais ligadas ao agronegócio, como Agronomia e Técnico em
Agropecuária.
Pesquisa de egressos
No segundo semestre de 2019, o Sistema FAEP/SENAR-PR aplicou
uma pesquisa junto a ex-alunos do JAA, que participaram do programa entre 2005
e 2018. Esse trabalho buscou avaliar a impressão deste público em relação às
competências adquiridas ao longo do programa e o impacto na vida deles após
participar da iniciativa. Foram realizadas 195 entrevistas presenciais com
ex-alunos principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado.
Também foi aplicada uma pesquisa, de forma remota, com
egressos que participaram do JAA entre 2005 e 2017, com 724 respostas. “Mesmo
alunos que participaram do JAA em 2005 responderam à pesquisa, o que mostra que
o vínculo com o SENAR-PR é forte”, observa Regiane.
Em relação às habilidades pessoais e ao desenvolvimento
interpessoal e intrapessoal desenvolvidas no JAA, a grande maioria dos
entrevistados notou um incremento após o curso: 77% observaram uma contribuição
do programa em “falar em público”; 89% em “trabalho de equipe”; 68% disseram
que o programa contribuiu na habilidade de “liderar equipes”; e 80% viram
ganhos nos relacionamentos interpessoais após o JAA.
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Fonte: Sistema FAEP