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DESEMPENHO DO OVO

Sem experimentar o aumento de demanda que habitualmente marca a primeira quinzena de cada mês, o ovo chegou aos últimos dias de setembro com a mesma cotação alcançada no antepenúltimo dia de agosto (29).

Mas quando se acreditava que começasse a receber os primeiros influxos positivos da chegada de novo mês – o que, no mínimo, permitiria fechar o período sem qualquer retrocesso nos preços – sofreu (na mesma data anterior, dia 29) nova baixa.

Mesmo assim, o desempenho registrado foi, à primeira vista, melhor que o do mês anterior. Pois em agosto, ainda que o primeiro decêndio tenha sido encerrado com uma valorização de 5% em relação ao preço inicial do mês, o período acabou sendo encerrado com uma desvalorização superior a 11%. E em setembro essa desvalorização foi bem menor, não chegando a 2%.

O resultado melhor, entretanto, é apenas aparente. Pois a média mensal de R$54,96/caixa (valor aplicável ao ovo branco do tipo extra, conforme levantamento diário efetuado pela Jox Assessoria Agropecuária www.jox.com.br cujas cotações se referem, especificamente, a cargas fechadas), significou queda de 8,63% sobre o mês anterior, correspondendo ainda ao terceiro pior resultado dos nove primeiros meses de 2015. Quer dizer: neste ano, abaixo de setembro, só os preços alcançados em janeiro e em maio.

Porém, contradizendo o fraco desempenho mensal, chama a atenção o fato de esse valor médio ter ficado quase 37% acima do que foi registrado 12 meses atrás. Calma, porém, porque também neste caso o ganho atual é absolutamente ilusório. Para comprovar, recorra-se à tabela abaixo. Ela mostra que, em setembro de 2014, o valor médio obtido pelo ovo foi 31,11% inferior ao de um ano antes (e mantém-se, até aqui, como a pior média mensal em quase quatro anos).

Pois bem: apesar de a estabilidade de setembro passado ter proporcionado preço médio mais de um terço maior que o de setembro de 2014, o resultado obtido ficou quase 6% abaixo da média alcançada em setembro de 2013, R$58,40/caixa.

Os mesmo resultados ilusórios se manifestam quando a comparação abrange a média dos primeiros nove meses de 2013, 2014 e 2015. Neste ano, a média até aqui registrada, da ordem de R$57,78/caixa está cerca de 3,5% acima da alcançada entre janeiro e setembro do ano passado (R$55,85/caixa). Mas em relação aos mesmos nove meses de 2013 volta a apresentar resultados negativos, denunciando queda de mais de 6% (R$61,53/caixa no período janeiro-setembro de 2013).

Tais resultados, em tempos de recessão econômica, inflação e matérias-primas em alta e forte desvalorização da moeda pesam – e demais – sobre o produtor. Em setembro de 2013, por exemplo, cotada a R$58,40, uma caixa de ovos valia quase 26 dólares e adquiria perto de 2,3 sacas de milho.

Pois fechou o último dia de setembro valendo praticamente a metade dos dólares anteriores e adquirindo não mais que uma saca e meia de milho.

Fonte: Avisite



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