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DEPENDÊNCIA DO CLIMA

O volume de chuvas tem sido irregular desde o início do plantio de soja, em setembro. No Mato Grosso (maior produtor da oleagionosa no País), mesmo após uma leve trégua da seca na última semana, segue a preocupação sobre a questão climática, pois qualquer impacto do clima no bolso do agricultor tende a tomar dimensões maiores, após gastos elevados na safra.

O efeito do dólar sobre os insumos gerou aumento médio de 20% no desembolso para a safra 2015/2016, conforme sondagem de mercado realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em parceria com a Organização de Cooperativas Brasileiras (OCB).

- Acabamos de fazer uma rodada pelo estado , conversamos com mais de 500 produtores. Vimos que o custo de produção aumentou o risco. Se você coloca um insumo caro, precisa daquela resposta e agora ainda mais – conta o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas.

O gerente da Fazenda Agropec, Roberto Palo, do município mato-grossense de Juara, disse em nota que cerca de 200 hectares preparados para plantio tiveram os trabalhos paralisados em outubro na expectativa de retorno das chuvas.

Apesar do clima seco ou irregular em todo o mês de outubro, a água voltou a cair no último final de semana. Com isso, Ribas espera que o processo seja regularizado antes que haja prejuízo maior com impacto na janela de plantio do milho da segunda safra, com início em fevereiro.

Projeções

Para a infelicidade do setor, as atuais condições favoráveis para a lavoura tendem a continuar apenas até o final desta semana e só retornam nós últimos dias de novembro. Na avaliação do agrometeorologista da Somar Meterologia, Marco Antônio dos Santos, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul e do Paraná, o volume de chuva deve diminuir a partir da próxima semana e, pela frente, mais um período de clima irregular.

- As chuvas diminuem mais ainda no Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia] que pode ser a região com o plantio mais afetado – estima o especialista.

Mercado

Os valores da soja em grão e dos derivados registram alta expressiva neste ano. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam em nota que as variações mais intensas ocorrem na parcial deste segundo semestre, período em que houve a disparada dodólar, entressafra no Brasil e embarques de grão e derivados acima da médiapara o período. Além disso, a demanda interna também está aquecida.

Dados do instituto mostram que, na média das regiões acompanhadas, o preço recebido pelo produtor em outubro superou em mais de 30% o de outubro/14, em termos nominais. No mercado disponível, a valorização média do grão foi 32%; para o óleo, o aumento também de 32% e, para o farelo, de 33%. Especificamente no caso do óleo de soja, desde agosto de 2014, observa-se que as demandas externa e interna estão firmes. Os principais compradores internacionais são a Índia e a China.

Fonte: DCI



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