SAO PAULO 21/09/2009 - ECONOMIA OE - Feijao - Arroz - Materia sobre a queda do preco do arroz e do feijao. As imagens foram feitas no restaurante Bolinha.  FOTO JONNE RORIZ/AE

DEMANDA POR FEIJÃO RECUA ATÉ 30% E REDUZ COMERCIALIZAÇÃO

O consumo de feijão recuou em até 30% e consequentemente reduziu o fluxo de comercialização no país. A oferta restrita mantém o mercado firme e apesar de registrar preços considerados é preciso analisar e entender a redução na demanda. Nesta terça-feira (22) o Notícias Agrícolas conversou Marcelo Eduardo Lüders – Presidente do IBRAFE para entender melhor o que o produtor de feijão pode esperar do mercado nos próximos dias.

Segundo Marcelo, na última semana os preços chegaram a ser negociados por cerca de R$ 190,00 e nesta semana foram comercializados entre R$ 175 e R$ 180. O especialista explica que principalmente os empacotadores vêm reclamando de que as vendas entre 15 de setembro e 15 de outubro caíram entre 25% e 30% em algumas regiões, quando comparadas com o mesmo período no passado.

“Isso tem um impacto grande e se não fosse essa diminuição no consumo os preços poderiam estar acima desses valores”, analisa.

Lüders afirma que atualmente há uma ideia generalizada no mercado de que o poder do mercado vem mudando de mãos ao longo dos anos.

“Significa que quem tem muito poder hoje são os atacados e os atacarejos. O modelo de negócio do atacarejo concentra um volume maior e isso tira das mãos dos empacotadores e do produtor parte do poder de negociar”, explica.

Segundo Marcelo, sempre que uma crise chega ao ponto de atingir também mercados como o do feijão é preocupante, mesmo que o governo esteja fazendo ações para que a economia avance.

“É preocupante, na semana passada nós vimos um alerta que o mundo inteiro vem ganhando uma quantidade de pessoas que passam fome. E para nossa surpresa, há registros, a serem confirmados, de que existe subnutrição já no nosso país e ié diretamente com nosso produto”, comenta.

Ele afirma ainda que não é uma questão de preço que inibe o mercado no momento, reforçando que é importante que o mercado tenha fluidez, com uma demanda mais forte.

“O que a gente tem percebido desde os produtores até o varejo é de que a reclamação não é de preço, é de demanda”, afirma.

Marcelo ainda fez um alerta para os produtores. Alerta do Ibrafe para quem está planejando diversificação para exportação é que não produza sem a certeza da compra.

Fonte: Notícias Agrícolas



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.