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DEMANDA DE ETANOL

A demanda por etanol no Brasil, que disparou 20 por cento em 2015, não deve ter mais qualquer ganho este ano e pode cair com os preços mais altos e a crise econômica atingindo as vendas, aumentando a possibilidade de mais exportações de açúcar, de acordo com especialistas.

A vantagem dos preços do combustível ante a gasolina pode também evaporar em vários Estados do Brasil, uma vez que os valores não devem cair tanto quanto no ano passado, quando a colheita da cana estava em pleno andamento.

A demanda doméstica por etanol é um fator essencial para a quantidade de açúcar que o país exportará, já que ambos os produtos competem pela cana, e o uso da capacidade das usinas é parcialmente baseado em condições de mercado.

- Mantido o cenário do jeito que está, temos uma perda de competitividade do (etanol) hidratado, porque as usinas têm mais caixa e o açúcar subiu, levando o etanol junto – disse o analista de açúcar e etanol da Agroconsult, Fabio Meneghin.

A empresa projeta que a parcela de mercado do etanol hidratado, que é usado pela frota flex do país em vez da gasolina, caíra para 28 por cento em 2016, ante 30 por cento em 2015, o equivalente a uma queda de 600 milhões de litros.

O presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, também espera muito menos pressão nos preços do etanol no pico da safra de cana. Ele disse que as usinas fizeram bons acordos de hedge de seu açúcar com boas cotações e que não precisam vender o biocombustível para obter dinheiro rapidamente, como visto no ano passado.

- No início da safra normalmente o preço cai, pelo acúmulo de oferta. Na safra passada esse piso foi de 1,15 real por litro para os produtores, sem impostos. A estimativa para 2016 está entre 1,5 real e 1,55 real – disse Nastari.

Os preços da gasolina no Brasil –estabelecidos pelo governo– estão atualmente acima dos níveis internacionais e provavelmente devem continuar dessa maneira, com o governo tentando restaurar o fluxo de caixa da altamente endividada Petrobras.

A Datagro também projeta uma queda de 3 por cento no consumo combinado de gasolina e etanol este ano, devido à severa recessão econômica, que eliminaria o consumo de 1,6 bilhão de litros em gasolina equivalente.

Uma recente mudança de impostos em alguns Estados do Nordeste, favorecendo o etanol em relação à gasolina, deve aumentar os volumes na região, mas especialistas dizem que é improvável que isso impulsione muito o consumo.

A Agroconsult vê um aumento de 100 milhões de litros do consumo de etanol nos seis Estados com a mudança de impostos.Por Marcelo Teixeira

A demanda por etanol no Brasil, que disparou 20 por cento em 2015, não deve ter mais qualquer ganho este ano e pode cair com os preços mais altos e a crise econômica atingindo as vendas, aumentando a possibilidade de mais exportações de açúcar, de acordo com especialistas.

A vantagem dos preços do combustível ante a gasolina pode também evaporar em vários Estados do Brasil, uma vez que os valores não devem cair tanto quanto no ano passado, quando a colheita da cana estava em pleno andamento.

A demanda doméstica por etanol é um fator essencial para a quantidade de açúcar que o país exportará, já que ambos os produtos competem pela cana, e o uso da capacidade das usinas é parcialmente baseado em condições de mercado.

- Mantido o cenário do jeito que está, temos uma perda de competitividade do (etanol) hidratado, porque as usinas têm mais caixa e o açúcar subiu, levando o etanol junto – disse o analista de açúcar e etanol da Agroconsult, Fabio Meneghin.

A empresa projeta que a parcela de mercado do etanol hidratado, que é usado pela frota flex do país em vez da gasolina, caíra para 28 por cento em 2016, ante 30 por cento em 2015, o equivalente a uma queda de 600 milhões de litros.

O presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, também espera muito menos pressão nos preços do etanol no pico da safra de cana. Ele disse que as usinas fizeram bons acordos de hedge de seu açúcar com boas cotações e que não precisam vender o biocombustível para obter dinheiro rapidamente, como visto no ano passado.

- No início da safra normalmente o preço cai, pelo acúmulo de oferta. Na safra passada esse piso foi de 1,15 real por litro para os produtores, sem impostos. A estimativa para 2016 está entre 1,5 real e 1,55 real – disse Nastari.

Os preços da gasolina no Brasil –estabelecidos pelo governo– estão atualmente acima dos níveis internacionais e provavelmente devem continuar dessa maneira, com o governo tentando restaurar o fluxo de caixa da altamente endividada Petrobras.

A Datagro também projeta uma queda de 3 por cento no consumo combinado de gasolina e etanol este ano, devido à severa recessão econômica, que eliminaria o consumo de 1,6 bilhão de litros em gasolina equivalente.

Uma recente mudança de impostos em alguns Estados do Nordeste, favorecendo o etanol em relação à gasolina, deve aumentar os volumes na região, mas especialistas dizem que é improvável que isso impulsione muito o consumo.

A Agroconsult vê um aumento de 100 milhões de litros do consumo de etanol nos seis Estados com a mudança de impostos.

Fonte: Reuters



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