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DE OLHO NO DÓLAR

O dólar terminou a terça-feira com leve baixa ante o real, influenciado pela melhora de moedas emergentes e por um fluxo pontual de venda, depois de ter encostado em 4,15 reais mais cedo sob influência da pesquisa Ibope de intenção de votos que mostrou um segundo turno mais difícil para Jair Bolsonaro (PSL).

O dólar recuou 0,12 por cento, a 4,0830 reais na venda, depois de ter alcançado na máxima 4,1429 reais. Na mínima, a moeda foi a 4,0761 reais. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,40 por cento.”A volatilidade vai continuar”, resumiu o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito.

No cenário externo, depois de começar o dia em alta ante a maioria das moedas emergentes, o dólar perdeu força e passou a cair ante quase todas as divisas, como peso chileno e rand sul-africano.

O peso argentino, no entanto, caiu ante o dólar, depois que o presidente do banco central do país renunciou. Ele será substituído pelo secretário de Política Econômica, Guido Sandleris.

Internamente, os investidores também citaram fluxo pontual de recursos no período vespertino, bem como rumores sobre as pesquisas eleitorais a serem conhecidas nos próximos dias—na quarta-feira, saem CNI/Ibope e Paraná Pesquisa e, na sexta-feira, Datafolha—, que trariam um cenário melhor para Jair Bolsonaro (PSL).

Em boa parte da sessão, o dólar subiu forte ante o real justamente por causa do resultado do Ibope da véspera. O levantamento mostrou Bolsonaro estacionado na liderança com 28 por cento das intenções de voto, e crescimento de Fernando Haddad (PT) na segunda posição. Nos cenários de segundo turno, Bolsonaro só não perde para Marina Silva (Rede).

“As pesquisas mais recentes jogam um balde de água fria no otimismo ‘antiesquerda’ da semana passada e voltam a elevar o grau de cautela no mercado”, trouxe a corretora H.Commcor em relatório.

O levantamento mostrou ainda que a rejeição ao candidato do PSL também cresceu, para 46 por cento, ante 42 por cento na pesquisa anterior.

Investidores preferem candidatos mais comprometidos com o ajuste das contas públicas e sua primeira opção seria o tucano Geraldo Alckmin. Mas como ele não tem conseguido avançar nas pesquisas, o mercado vinha aceitando Bolsonaro como alternativa a candidatos com perfil mais à esquerda.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. O BC já rolou até esta sexta-feira 8,720 bilhões de dólares em swaps cambiais do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.



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