Um mês depois da Operação Carne Fraca, efetuada pela Polícia Federal, os números de exportações de carnes “in natura” de abril vão apontar uma queda expressiva.
Mas não é apenas a Operação Carne Fraca que dificulta a vida do setor. Pesa também a fraca economia.
A queda das importações brasileiras faz com que menos contêineres venham ao país, dificultando o escoamento das exportações.
À espera dos contêineres, a carne tem de ser armazenada, elevando os gastos. Mas os custos também vêm de fora. Vários países, entre eles grandes importadores, como Coreia do Sul, Rússia e México, passaram a fazer a vistoria de 100% das cargas importadas. Esses gastos de controle de verificação da qualidade da carne saem do bolso dos exportadores.
O resultado desse cenário adverso respinga também sobre os agricultores. Para manter a competitividade da carne brasileira no mercado externo, o setor remunera menos produtores de grãos.
- Passamos por momentos difíceis, quando todos perdemos. Mas as coisas, aos poucos, estão melhorando – afirma Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Para sair da crise, “estamos fazendo uma arrumação”, diz ele.
Um ponto positivo, segundo o executivo da associação, é que, passado o ímpeto inicial do consumidor brasileiro, houve recuperação no consumo de carne no país.
Fonte: Folha de S.Paulo