Até pouco tempo atrás, José Maurício Henke, 41 anos, passava seus dias operando máquinas para a execução de serviços de terraplanagem. Apesar de morar desde 2008 junto com a família no povoado de Riozinho, na área rural de Irati, na região Sudeste do Paraná, tirar seu sustento da terra, até o ano passado, era apenas um sonho. Foi em um curso do SENAR-PR sobre a produção de morangos em estufas que se apaixonou pela atividade e nela resolveu apostar todas as suas fichas.
No dia em que conversou com a reportagem do Boletim Informativo, Henke estava construindo as estruturas de madeira para apoiar os sacos de substrato para os morangos. Mas até chegar nesse ponto de colocar a mão na massa, houve uma trajetória de estudos e planejamento, com apoio fundamental do curso do SENAR-PR. “Sempre tive o desejo de tirar o meu sustento da terra onde moro. É um terreno pequeno. Se fosse plantar soja, milho, essas coisas, não teria lucro suficiente. Então, optei pelo morango, que permite um retorno satisfatório mesmo em áreas pequenas”, conta.
Durante o curso de morangos, Henke teve orientações importantes com o instrutor do SENAR-PR Luis Sergio Krepki. Essa troca de informações proporcionou a elaboração minuciosa de um plano de negócios, com indicações de empresas para a instalação da estufa e fornecimento dos materiais necessários. “Ele me mostrou algumas estufas, fiz algumas visitas e resolvi entrar de vez nessa missão. Agora, estou me dedicando exclusivamente ao negócio e tive total apoio da minha esposa, Danieli Renata Henke”, ressalta.
A obra da estufa começou em janeiro deste ano, com previsão de término para esse mês de março. A partir de abril, chegam as 5 mil mudas de morango já encomendadas. Até a implantação do cultivo, serão investidos aproximadamente R$ 100 mil, obtidos via financiamento junto a cooperativa de crédito Cresol. “As mudas vão começar a produzir daqui três meses. Eu tenho um prazo de cinco anos para pagar esse financiamento. Neste período, pelos cálculos do projeto, já é para ter quitado o empréstimo e estar sido tirado lucro”, projeta Henke.
Segundo o produtor, a produção anual de cada muda precisa variar de um a 1,5 quilo para que o negócio seja viável. Além disso, a cada três anos é preciso trocar as mudas. Conforme o negócio caminhar, o agricultor já pensa em construir outra estufa. Tudo vai depender também da aceitação do produto e da estratégia de comercialização.
“Os instrutores do SENAR-PR me ajudaram nisso e eu já comecei a divulgação. Fiz uma página no Instagram e tenho bastante contato com o comércio da região. Conversei com o secretário de Agricultura de Irati e, conforme for a produção, quem sabe dá para trabalhar a venda para as escolas do município”, compartilha Henke. “E tem a venda direta. As pessoas querem comprar, já tenho vários interessados”, comemora.
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Fonte: Sistema FAEP