A experiência de viver e trabalhar dois anos fora do Brasil rendeu muito mais do que conhecimento cultural e ganho financeiro para o empresário mineiro Maurício Campos.
Ele hoje é um reconhecido produtor de frutas e conduz uma agroindústria, a Minasfruit, pioneira na fabricação de sucos natural sem a adição de conservantes.
O caminho longo até a criação da Minasfruit e a elaboração do sucos que estão chegando aos supermercados de Belo Horizonte (MG) este mês e que a partir de janeiro também poderão ser encontrados nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e do Paraná contou com a veia empreendedora e a curiosidade do empresário.
Campos imigrou para os Estados Unidos em meados da década de 1980. Lá teve um contato mais próximo com a área que viria a ser sua especialidade: a agricultura.
"Como imigrante nos Estados Unidos tive a oportunidade de trabalhar na área de mecanização agrícola. De volta ao Brasil abri uma empresa nesse mesmo segmento, atuando na plantação de frutas no norte de Minas Gerais e sul da Bahia", conta o fruticultor.
Foi nesse período que Maurício Campos notou um grande e crescente desperdício de frutas e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de negócio.
"Muita fruta era perdida. Achei que aquilo não era certo e que deveria haver um modo de aproveitar aquelas frutas que estavam amassadas, por exemplo", lembra ele.
Na época, em que trabalhava com a mecanização de plantação e colheita, a fruta que despertou a curiosidade do empresário era o mamão. Amassado, o alimento não tinha valor comercial.
"Procurei o departamento de alimentos da Universidade Federal de Viçosa para tentar encontrar uma solução de aproveitamentos das frutas que iriam para o lixo", conta Campos, que chegou até o campos universitário devido a proximidade com a sua casa e também ao conhecimento pessoal que tinha no UFV.
Segundo ele, dentro do departamento, pesquisadores chegaram a conclusão de que aquelas frutas poderiam ser transformadas em suco. Foi assim que, que no final da década de 1980, surgiu a primeira empresa no ramo de bebidas conduzida por ele e um sócio investidor. A Tial fez o primeiro suco pronto para beber sem conservantes que na época foi uma superinovação.
"Firmei um contrato com a Varig [extinta companhia aérea] para fornecimento de bebida natural em voos nacionais e internacionais", revela.
Mais tarde, 15 anos depois, Campos deixou a sociedade, mas não abandonou o ramo. "Criei uma empresa de polpa de frutas", diz o empreendedor.
O produto era exportado para 12 países ao redor do mundo. No entanto, entre 2008 e 2009, em meio a uma forte crise financeira internacional, Campos não teve fôlego financeiro para manter a exportadora de polpa. "Tive que vender o negócio", recordou pouco animado dos problemas enfrentados naquele período difícil.
Mas a intempérie não tirou o fruticultor do jogo. Apaixonado pelo campo, o empresário, que já acumulava décadas de conhecimento na plantação e industrialização de frutas, decidiu retomar à produção de polpas com a Minasfruit.
Estrutura
Dentro da fazenda dedicada à fruticultura ele construiu uma indústria de polpa de frutas tropicais. Mas o desejo de voltar a produzir sucos, como fazia há quase 30 anos atrás, perseguia o empresário.
Foi assim que este ano, a Minasfruit ingressou em um novo ramo para a empresa, mas já conhecido de seu diretor presidente: o de sucos naturais.
Com um investimento próprio de R$ 10 milhões, a Minasfruit conseguiu romper as barreiras da pacata Visconde do Rio Branco (MG) para chegar em grandes centros consumidores com o Le Verger, bebida natural e sem adição de conservantes, corantes ou açúcar.
"A proposta é termos um produto premium, com a preservação das características da fruta e em uma embalagem que garanta a integridade do suco, em cor, sabor e segurança alimentar", explica.
Os sucos de 280 ml chegarão ao varejo em caixas contendo 12 unidades, com validade de um ano sem refrigeração. Para gestão da distribuição, a Minasfruit está fazendo parcerias com distribuidores já estruturados no ramo alimentício diversificando entre os segmentos de mercado como food services, padarias, delicatessen, hotéis, resorts e supermercados regionais. A empresa quer alcançar 10% desse mercado no Sul e Sudeste em dois anos.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor