Nos últimos dias geadas fortes e moderadas causaram prejuízos à agricultores do Paraná. Na região metropolitana de Curitiba hortaliças queimaram e o preço de folhagens subiu mais de 30%. No interior, o milho safrinha foi a cultura mais atingida, causando danos que estão sendo avaliados por produtores e técnicos. Segundo o Deral – Departamento de Economia Rural, pelo menos 50% dos 2,2 milhões de hectares do grão estão em áreas sucetíveis aos efeitos da geada. O frio forte em pleno outono castigou também pastagens e outras lavouras como a cevada e o café.
O Iapar divulgou alerta geada. Ainda assim cafeicultores tiveram prejuízo. Mas tem produtor paranaense que só não perdeu toda a plantação nova porque aplicou uma técnica incentivada pela Emater. É o cultivo do feijão Guando junto com o café. O feijão forma um túnel que serve como um cobertor, protegendo a lavoura de café. "Essa técnica é importante não só para a geada,quando ela protege o café que fica menos queimado. Como também auxilia na época muito quente, diminui a insolação. Aí, o pé de café sente menos seca também", explica o agrônomo Romeu Gair.
Elói Ferri cultiva café em 7 hectares, na zona rural de Londrina. Recentemente a geada atingiu sua lavoura. A maior parte, na fase 'adulta', já grande, não sofreu tanto. Mas em 2 hectares os pés de café, ainda em crescimento, queimaram bastante. O cafeicultor estima que para o ano que vem a produção deve cair de 120 para 80 sacas. E ele só não perdeu mais graças a técnica de cultivo do café com o feijão Guandu. "Estimo que perdi pelo menos 30%, mas onde o feijão cresceu, protegeu e não queimou o café".
Técnicas como esta são bem-vindas e devem ser aplicadas, segundo os técnicos. Até porque meteorologistas alertam que deve gear mais no Paraná este ano. "No caso da geada é preciso acompanhar toda entrada de massa polar. A previsão climática é de que tenham entradas de novas massas de ar, com maior risco até setembro. Muitas culturas não se tem o que fazer, agora o café, principalmente os novos, tem sim como proteger contra estes eventos extremos de geada", comenta a agrometeorologista Everly Moraes.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor