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CULINÁRIA E SEMENTES

No dia 04 de setembro, a 1ª Feira de Sementes Crioulas na Alimentação reuniu cerca de 400 pessoas, entre agricultores, técnicos e estudantes no Campus Pelotas-Visconde da Graça do Instituto Federal Sul-rio-grandense (CAVG/IFSul). Com o tema “Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar”, o evento buscou aprofundar os conhecimentos sobre o uso das sementes crioulas na alimentação como forma de garantir segurança alimentar e nutricional.

Para o pesquisador da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Irajá Antunes, que palestrou no evento, um órgão de pesquisa como a Embrapa tem por obrigação manter esse tipo de semente, porque há um grande risco que elas se percam. “E além de manter essas sementes, conhecê-las. Saber qual o valor nutricional que elas têm, como se apresentam em termos de cultivo e como elas se adaptam. E, além disso, também manter a questão cultural que é envolvida com toda variedade crioula”, explicou.

Além da palestra, o evento contou com oficinas culinárias, como de panificação e de pratos gourmets, para ensinar receitas possíveis a partir do uso de algumas dessas sementes. Dentre as amostras, biscoitos e bolinhos a partir da farinha de milho e de arroz crioulos. Além disso, ao lado de fora, também foi possível encontrar tendas, onde ocorriam trocas e comercialização de mudas e sementes.

Algumas pessoas acharam a ideia das receitas interessante e inovadora. Foi o caso da estudante de agroecologia da Escola Família Agrícola da Região Sul (EFASUL), Christelle Beauboeuf, que veio do Haiti para Pelotas há um pouco menos de um ano e nunca tinha visto as sementes serem usadas dessa forma. “Eu gostei de tudo! O que mais gostei foi da facilidade das receitas. Eu nunca tinha visto feijão crioulo num bolo. Com certeza vou tentar fazer em casa”, afirmou.

O evento foi uma promoção do IFSul, em parceria com Embrapa Clima Temperado, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidad de La República, no Uruguai, e Universidad de Buenos Aires, na Argentina.

Sementes crioulas

Sementes crioulas são aquelas que, passadas de geração em geração, são preservadas por agricultores familiares, quilombolas e indígenas – os chamados de guardiões de sementes. As sementes possuem características específicas e algumas apresentam grande resistência a mudanças climáticas, pois foram se adaptando com o tempo.

Para o pesquisador Irajá Antunes, o agricultor tem papel fundamental na preservação dos materiais crioulos e também contribui com a pesquisa. Segundo a coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do CAVG, Ana Paula Wally, o evento foi um espaço rico de troca de experiências justamente para esse público. “Normalmente, quem convida para uma festa é o ator principal, mas no caso quem está ali sentado e fazendo a festa são os agricultores. São esses 400 atores que trouxeram todo esse conhecimento pra nós”, finalizou.

Fonte: Embrapa



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