Enquanto busca vencer barreiras sanitárias para tornar nossa carne bovina mais competitiva no mercado internacional, o pecuarista brasileiro – e em especial o paranaense – também procura melhorar a genética do seu rebanho para obter melhores resultados. Esse é um trabalho constante que aos poucos vai se popularizando entre os pecuaristas do Estado.
Nesse processo vem ganhando importância cada vez mais central os chamados “cruzamentos industriais” ou cruzamento interraciais, que são aqueles promovidos entre animais de raças distintas, cuja união tem como objetivo formar uma prole com as características positivas do pai e da mãe. “O que se busca nesse processo é o vigor híbrido, ou heterose, que é quando os filhos têm melhor desempenho que a média dos pais”, explica Guilherme Souza Dias, zootecnista do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP.
Nessa busca do casamento perfeito é sempre bom lembrar que não existe “melhor raça”, ou seja, aquela raça que seria superior em qualquer situação. Cada uma tem características próprias que trazem vantagens e fragilidades em relação a outras. O que os pecuaristas devem buscar responder é: “qual cruzamento irá proporcionar o melhor resultado no meu sistema produtivo?”.
“Acima de tudo, é uma decisão empresarial”, afirma o médico- -veterinário Mário do Carmo, especialista em reprodução animal. Segundo ele, o cruzamento industrial é, sem dúvida, uma boa estratégia para aumentar a produtividade do rebanho, porém, deve vir acompanhada de cuidados com a alimentação e a sanidade. “É obrigatório que a alimentação acompanhe esse trabalho, senão é melhor deixar como está”, alerta.
Segundo o especialista, quando ocorre o cruzamento entre raças, aumenta a exigência nutricional dos bezerros. Se esta necessidade não é atendida corretamente, os animais não ganharão peso como o esperado e poderão ficar mais suscetíveis a parasitas e doenças. Para os bezerros cruzados, é indicado o uso de creep-feeding, uma suplementação alimentar própria para esta etapa do desenvolvimento. As vacas em lactação também precisam de atenção nessa área. “Se a parte da alimentação está bem encaminhada, aí pode começar a pensar em cruzamento entre raças”, pondera Carmo.
Leia matéria completa nas páginas 22 e 23 do Boletim Informativo da FAEP.
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Fonte: Sistema FAEP