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CRIADORES INVESTEM EM AVIÁRIOS MODERNOS NO OESTE DO PARANÁ

A cadeia produtiva do frango aparece como um dos destaques do agronegócio brasileiro, com recordes seguidos de produção e exportação, movimentando mais de R$ 50 bilhões por ano e empregando quase 3,5 milhões de pessoas no Brasil. Uma das regiões que mais refletem esse bom momento do setor é o oeste do Paraná.

Formada por cerca de 70% de pequenas propriedades, a região apostou na avicultura para crescer. Muitos agricultores familiares hoje trabalham de forma integrada com a agroindústria. Granjas foram ganhando espaço no campo. O setor investiu pesado na profissionalização pra produzir mais e melhor.

Transformar um pintinho num frango com mais de três quilos em apenas 46 dias é um desafio que os avicultores brasileiros estão vencendo com uso de muita tecnologia. A começar pela questão sanitária. Hoje, nas granjas modernas, ninguém pode entrar sem estar totalmente equipado para não contaminar o ambiente.

O veterinário Alex Marcorim é o responsável pelo setor de avicultura da C. Vale, uma grande cooperativa da região. Ele diz que os agricultores estão buscando cada vez mais se adaptar a esse novo momento. “Nós temos que proporcionar o melhor ambiente para se criar essas aves. E é o que se busca hoje na avicultura moderna. E a busca da chamada ambiência, que é o conforto térmico através da qual as aves conseguem expressar um bem estar animal favorável e assim maximizar todo o seu potencial e obter esse desempenho fantástico, que atualmente a avicultura vem demonstrando.”

O criador Oldemar Kramp é um retrato do momento que Paraná está vivendo graças à expansão do frango. Na fazenda de cem hectares em Palotina faz a engorda das aves pra cooperativa. A indústria fornece os pintinhos, a ração e assistência técnica. O criador entra com a estrutura, como galpões e energia elétrica, e com a mão de obra.

Ele sempre mexeu com frango. Assim conseguiu criar duas filhas e atravessar décadas na atividade, mas conta que hoje está vivendo um momento especial. “A gente gosta de fazer isso. O mundo precisa de comida e nós estamos aí para produzir”. Oldemar tem cinco galpões. Tudo é moderno e automatizado: temperatura, iluminação, umidade, quantidade de ração são controlados por computador. Cada galpão não sai por menos de R$ 750 mil. Parte do investimento foi financiado. A cada 60 dias, a família termina 34 mil frangos em cada aviário. Uma produção anual que passa hoje de um milhão e duzentas mil aves.

Classi Kramp, mulher de Oldemar, conta com entusiasmo como toda essa tecnologia trouxe um grande salto na produção da granja. “Montamos toda uma estrutura com maquinários pra fazer o serviço e que facilitou bastante, diminuiu a mão de obra. A gente é fascinado por esse trabalho. A gente não se imagina em outro tipo de vida.”

Além de modernizar e aumentar a produção, o que melhorou mesmo para a família foi a qualidade de vida. Com mais dinheiro no bolso, eles conseguiram realizar um sonho: investir na educação das filhas e trazê-las de volta pra fazenda. Elas se formaram em áreas que ajudam o pai no trabalho: uma é veterinária e a outra á agrônoma.
 
Com criadores cada vez mais satisfeitos e bem remunerados, os galpões se multiplicam no oeste do Paraná. Nos últimos dois anos, foram construídos mais de cem. O número de agricultores interessados em entrar nesse negócio só aumenta, como explica Alex Macorim. “O crescimento vem sendo constante nos últimos anos. Para se ter uma ideia, nós possuímos hoje na cooperativa uma lista de espera ao redor de 200 produtores, que totalizam interesse de construção de mais de 400 aviários. Conforme a demanda que a indústria tiver para aumentar o volume de abate, serão necessários a construção de novos aviários.”

O crescimento no campo tem um motivo: atender a outra ponta da cadeia, o mercado consumidor que também anda pra lá de aquecido.

O ritmo acelerado das esteiras das indústrias que processam carne de frango é o retrato do crescimento da avicultura brasileira, que parece passar longe da crise econômica que o país atravessa. Só no ano passado, o setor produziu mais de treze milhões de toneladas de carne, um recorde que nos colocou em segundo lugar entre os maiores produtores do mundo. Só ficamos atrás dos Estados Unidos.

Do Paraná sai a maior parte dessa carne e a região oeste do estado responde por quase 10% da produção nacional. Para acompanhar esse crescimento, as agroindústrias da região tiveram que investir, como conta o presidente da C. Vale, Alfredo Lang.

“O nosso investimento ultrapassa hoje a R$ 1,2 bilhão, mas nós não queremos parar por aí. Estamos abatendo em torno de 420 mil, 430 mil frangos por dia e já estamos planejando a construção de mais um novo frigorífico pra chegar até um milhão de frangos por dia.”

O crescimento das agroindústrias nos últimos dois anos se deu principalmente por dois motivos: o aumento do consumo da carne de frango no mercado interno e o crescimento das exportações. A qualidade e sanidade do frango brasileiro, que ainda tem bom de preço, segundo o gerente industrial Reni Girardi.

“Com essa desvalorização do real, o mercado brasileiro de frango se tornou mais acessível. E o Brasil é reconhecido no mundo inteiro por ter uma proteína de frango de excelente qualidade. Nós temos acesso a qualquer mercado do mundo em função dessa qualidade. Então o que que faz: o Brasil tem uma preferência por essa qualidade, é um produtor mundial de alimento, tem custos compatíveis e com esta desvalorização, nós realmente ocupamos um espaço maior mundialmente”. A cooperativa exporta frango para mais de 30 países.

Fonte: G1

Fonte: Canal do Produtor



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