O PIB chegou a R$ 4,8 trilhões em 2012 e R$ 5,3 trilhões em 2013, com PIBs per capitas correspondentes a R$ 24.121 e R$ 26.445 nos dois anos. Em 2012, o crescimento do PIB foi revisado de 1,8% para 1,9%, enquanto que, em 2013, de 2,7% para 3,0%. Já o valor adicionado bruto cresceu 1,6% em 2012 e 2,9% em 2013. As despesas de consumo final, que englobam os gastos das famílias e do governo para suprir necessidades individuais e coletivas, também cresceram 3,2% em 2012 e 3,0% em 2013.
Nesta divulgação pela primeira vez é apresentada a abertura do setor institucional empresas por origem do capital: privado e público, além da mensuração do setor público para o Valor adicionado bruto (VAB), Remunerações, Excedente operacional bruto (EOB) e Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). No setor empresas não financeiras, o mais relevante em termos da FBCF, a participação do setor privado foi de 81,9%, em 2010, e 84,5%, em 2013. Já o setor público alcançou 18,1% em 2010 e 15,5% em 2013. Neste ano, os valores correntes corresponderam a R$ 504,9 bilhões no setor privado não financeiro e R$ 92,5 bilhões no setor público.
Os setores institucionais com maior participação na FBCF são as empresas não financeiras e as famílias, com valores nominais, respectivamente, de R$ 535,8 bilhões e R$ 316,9 bilhões em 2012, e R$ 597,4 bilhões e R$ 359,3 bilhões em 2013. A FBCF cresceu 5,8% em 2013, resultando em uma taxa de investimento de 20,9%. Se, por um lado, a necessidade de financiamento do governo aumentou, passando de R$ 95,5 bilhões em 2012 para R$ 155,6 bilhões em 2013, a capacidade de financiamento das famílias diminuiu, de R$ 21,7 bilhões para R$ 15,8 bilhões no mesmo período.
A nova série do Sistema de Contas Nacionais do IBGE adota 2010 como ano de referência e incorpora recomendações da mais recente revisão do manual de Contas Nacionais organizado por ONU, FMI, OCDE e Banco Mundial. Além de atualizações metodológicas, a nova série apresenta uma classificação mais detalhada de produtos e atividades, integrada à CNAE 2.0, e incorpora dados do Censo Agropecuário de 2006 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/09.
Valor adicionado bruto cresce 2,9% em 2013
Pela ótica da oferta, que mostra a contribuição das atividades para o valor adicionado bruto (VAB), o VAB aumentou 2,9% em 2013, com altas de 8,4% na agropecuária, 2,2% na indústria e 2,8% nos serviços. O crescimento da agropecuária concentrou-se na agricultura e é explicado principalmente pelo aumento nos volumes produzidos de soja (26,1%), cana-de-açúcar (6,7%) e milho (15,0%). No conjunto da indústria, a de transformação cresceu 3,0%, mas a extrativa apresentou resultado negativo (-3,0%) decorrente das quedas nas atividades extração de petróleo (-3,2%) e minério de ferro (-5,0%). Nos serviços, destacaram-se serviços de informação (4,0%) e atividades imobiliárias (4,8%), essa última acompanhando o ritmo da construção civil, que cresceu 3,2% em 2012 e 4,5% em 2013.
Já o crescimento de 1,6% do VAB em 2012 resulta de uma alta de 2,9% no VAB dos serviços, contrabalançado por quedas de 3,1% na agropecuária e de 0,7% na indústria. Na agropecuária, tanto a agricultura (-5,3%) quanto à pecuária (-1,2%) apresentaram desempenho negativo. No conjunto da indústria, a extrativa (-2,1%) e a de transformação (-2,4%) mostraram quedas. A indústria extrativa foi afetada principalmente pelo decréscimo do VAB da extração de petróleo e gás (-3,1%), enquanto que, na indústria de transformação, os resultados negativos foram mais espalhados, com queda em 22 das 30 atividades. Nos serviços, houve crescimento na maioria das atividades, especialmente em serviços de informação (7,0%) e atividades imobiliárias (5,2%).
Despesas de consumo final têm alta de 3,0% em 2013
Pela ótica da despesa, que mostra como o PIB se relaciona com a evolução do consumo, do investimento e do saldo externo de bens e serviços, observa-se, tanto em 2012 (3,2%) quanto em 2013 (3,0%), aumento em volume das despesas de consumo final. Isso porque as despesas de consumo das famílias cresceram 3,5% em 2012 e 3,6% em 2013, devido ao aumento dos rendimentos do trabalho e de condições favoráveis de acesso ao crédito. As despesas de consumo do governo cresceram 2,3% em 2012 e 1,5% em 2013.
Já o saldo externo de bens e serviços (diferença de saldo entre importações e exportações) teve impacto negativo no crescimento do PIB, com o ritmo de crescimento das importações superando o das exportações tanto em 2012 (0,7% contra 0,3%) quanto em 2013 (7,2% contra 2,4%).
A formação bruta de capital fixo (FBCF), que são os investimentos em ativos fixos – como máquinas e equipamentos para produzir outros bens, somou R$ 995,6 bilhões em 2012 e R$ 1,1 trilhão em 2013, resultando em taxas de investimento (FBCF/PIB) de 20,7% e 20,9%, respectivamente. O crescimento em volume da FBCF foi de 0,8% em 2012 e de 5,8% em 2013.
Formalização do emprego cresce em 2012 e 2013
Sob a ótica da renda, observa-se que o acréscimo da formalização do emprego marca o desempenho do mercado de trabalho no período. De 2012 a 2013 as ocupações com vínculo formal variaram 3,9%, enquanto que as ocupações sem carteira e os autônomos variaram -3,2% e 0,2%, respectivamente. As indústrias extrativa e de transformação mostraram aumento das ocupações com vínculo e queda das ocupações sem carteira. Já as atividades imobiliárias tiveram incremento em todas as categorias de emprego.
O desmembramento da composição da renda gerada no processo produtivo entre os fatores trabalho, capital e administrações públicas mostra participação crescente da remuneração dos empregados que atingiu 43,4% da renda em 2013. No mesmo ano, o rendimento misto chegou a 8,7%, os impostos líquidos de subsídios, 15,7%, e a proporção do fator capital, unificada no excedente operacional bruto, atingiu 32,2%.
Renda nacional bruta atinge R$ 5,24 trilhões em 2013
As contas econômicas integradas (CEI) apresentam resultados para os setores institucionais empresas não financeiras, empresas financeiras, governo geral, famílias e instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias e para o total da economia nacional. São apresentadas, ainda, as relações da economia nacional com o resto do mundo.
A renda nacional bruta (PIB mais os rendimentos dos fatores de produção enviados ou recebidos do resto do mundo) foi de R$ 4,7 trilhões em 2012 e de R$ 5,2 trilhões no ano de 2013. O pagamento líquido de rendas de propriedades ao resto do mundo cresceu 21,9%, passando de R$ 64,7 bilhões em 2012 para R$ 78,8 bilhões em 2013.
O crescimento da despesa de consumo final (11,5%) num patamar acima da renda nacional bruta (10,5%) fez com que a poupança do país aumentasse 6,2% em 2013, passando de R$ 904,9 bilhões em 2012 para R$ 961,4 bilhões. O crescimento da formação bruta de capital foi de 11,9%, passando de R$ 995,6 bilhões em 2012 para R$ 1,1 trilhão em 2013. Mesmo com a inversão do saldo líquido das transferências de capital (de – R$ 3,9 bilhões em 2012 para R$ 2,6 bilhões em 2013), a necessidade de financiamento atingiu R$ 191,4 bilhões em 2013, um aumento de 49,9% em relação a 2012 (R$ 128,1 bilhões). O setor empesas não financeiras apresenta a maior participação no total da renda gerada (55,5%).
O setor interno continuou tendo participação importante no crescimento do PIB nesse período. Em 2013, a elevação do total das ocupações e do rendimento médio nominal foi de 1,6% e 9,9%, respectivamente, e o do consumo das famílias, de 11,2%. Mesmo com o aumento do saldo externo de bens e serviços negativo (R$ 65,4 bilhões em 2012 para R$ 122,7 bilhões em 2013), da FBCF de 11,1% e da variação de estoques de 24,9%, a necessidade de financiamento desse setor aumentou 6,2% em relação a 2012, passando de R$ 143,2 bilhões para R$ 152,1 bilhões em 2013.
O mercado interno e a expansão da oferta do crédito (53,9% do PIB em 2012 e 56,1% do PIB em 2013) continuaram favorecendo as empresas financeiras em 2013. Mesmo com pequena queda da Selic média em 2013 (8,2% contra 8,5%) e com a redução do spread médio (diferença, apropriada pelo intermediário financeiro, entre a taxa de juros cobrada ao tomador de um empréstimo e a taxa de juros que remunera o aplicador de recursos), que passou de 13,5% para 11,5% em 2013, o setor apresentou capacidade de financiamento de R$ 100,4 bilhões em 2013 contra R$ 88,8 em 2012.
Necessidade de financiamento do governo cresce em 2013
Houve elevação da necessidade de financiamento do governo em 2013 (R$ 155,6 bilhões) na comparação com 2012 (R$ 95,5 bilhões), explicada parcialmente pela elevação dos juros líquidos pagos pelo governo (16,9%), das despesas com benefícios sociais (12,9%) e do consumo final (12,9%), em contraste com variações menores dos principais itens que compõem os seus recursos: impostos líquidos de subsídios sobre a produção e importação cresceram 8,6%), impostos sobre a renda e patrimônio variaram 11,3% e dividendos e retiradas foram reduzidos em 36,5%.
A capacidade de financiamento das famílias foi de R$ 15,8 bilhões em 2013, queda em relação a 2012 (R$ 21,7 bilhões). A menor elevação da FBCF (18,9% em 2012, contra 13,3% em 2013), a estabilidade no crescimento do consumo final (11,9% em 2012 contra 11,2% em 2013), a desaceleração do rendimento médio (13,0% em 2012 contra 9,9% em 2013) e a queda das rendas de propriedade líquidas recebida pelas famílias – juros e dividendos – (R$ 402,7 bilhões em 2012 contra R$ 393,3 em 2013) foram as principais razões pela queda na capacidade de financiamento do setor.
Fonte: IBGE