Mais de um ano e meio de espera após a abertura de um processo de recuperação judicial, os credores, incluindo produtores rurais, da Seara Agroindustrial, empresa com sede em Sertanópolis, no Norte do Paraná, devem começar a receber nos próximos meses o dinheiro devido pela empresa. A informação consta em um plano aprovado pelos próprios credores, em assembleia geral realizada em Londrina, no dia 5 de fevereiro. Chamado de Plano de Recuperação Judicial (PRJ), o documento prevê a ordem na qual os credores irão receber e a origem dos recursos. A dívida total da Seara é calculada em cerca de R$ 2,7 bilhões.
Às empresas em recuperação judicial, há uma ordem de pagamento, em que apenas é possível quitar uma categoria após concluir a outra. Essa regra, prevista pela Lei 11.101 de 2005, há quatro classes distintas de credores. Pela ordem: dívidas trabalhistas, com funcionários ou ex-funcionários; com garantia real, vinculada a bancos e instituições financeiras; quirografários, sem preferência ou privilégio especial – onde, no caso da Seara, estão os produtores; e microempresas e empresas de pequeno porte.
O plano aprovado prevê que a Seara deve R$ 3,6 milhões aos trabalhadores (720 no total), que devem ser pagos com recursos do próprio caixa da empresa. Em segundo, os credores com garantia real (dívida de R$ 1,2 bilhão) vão poder trocar a dívida atual por unidades produtivas isoladas da empresa que não estão em recuperação, especificamente terminais ferroviários em Maringá, Paranaguá e Londrina, no Paraná, e Itiquira, no Mato Grosso.
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Fonte: Sistema FAEP
