O dólar trabalhava com leve alta ante o real nesta quarta-feira, com os investidores cautelosos diante da cena política e possíveis dificuldades que o governo do presidente Michel Temer terá para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Às 10:26, o dólar avançava 0,30 por cento, a 3,1228 reais na venda. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
- A derrota no pedido de urgência da reforma trabalhista, que é um projeto mais popular, indica que o governo vai ter que se mobilizar ainda mais – comentou o profissional da mesa de uma corretora local.
Na noite passada, o governo foi derrotado na votação de urgência para a reforma trabalhista na Câmara dos Deputados, considerado um “mau sinal” dentro do próprio Palácio do Planalto.
Mais do que nunca a atenção dos investidores se voltava para o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem. Na véspera, o governo aceitou modificar pontos importantes do texto original, como idade mínima de aposentadoria para mulheres, para tentar garantir a votação da matéria.
O relator da reforma na comissão especial da Câmara dos Deputados, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou nesta manhã que fez pequenas mudanças para a aposentadoria de policiais e mulheres em relação ao texto que havia apresentado na véspera. Ele apresenta seu texto na comissão nesta sessão.
Especialistas consultados pela Reuters avaliaram que as mudanças ao texto do governo devem fazer com que os gastos com aposentadorias e pensões continuem crescendo em ritmo acelerado nas próximas duas décadas e fazer com que o teto dos gastos públicos perca eficácia já em 2026.
O Banco Central realiza nesta sessão novo leilão de swap cambial tradicional equivalente à venda futura de dólares com oferta de até 16 mil contratos para rolagem do vencimento de maio.
No exterior, o dólar operava em alta ante uma cesta de moedas e também divisas de países emergentes e influenciava na leve valorização ante o real. O euro chegou a atingir a máxima de três semanas, com um dólar enfraquecido por juros mais baixos nos Estados Unidos e dúvidas sobre o impulso fiscal prometido pelo presidente Donald Trump.
Fonte: Reuters