Em webinar do Sinditrigo, de São Paulo, o economista Roberto Padovani, que trabalhou na elaboração do Plano Real e atualmente trabalha no Banco Votorantin afirmou que o nível correto do câmbio hoje deveria ser R$ 4,65/US$ e está R$ 1,00 acima disto. Sua argumentação é a de que os fundamentos da economia brasileira estão sólidos e ótimos, até melhores do que antes, porque temos uma inflação controlada, saldo da balança comercial positiva (graças ao agronegócio) e taxa de juros baixíssima, o que significa que não vale a pena investir mais no mercado financeiro, mas sim, pela primeira vez na história da economia dos últimos 40 anos, maciçamente na produção, como o prova a enxurrada de IPOs do Ibovespa (ou na sua empresa, por exemplo). Esta opinião é corroborada também pelas projeções semanais do Relatório Focus, que projetam um câmbio ao redor de R$ 5,00 para 2021.

O que isto significa para os sojicultores brasileiros?

Segundo a consultoria T&F Agroeconômica, a taxa do dólar tem tudo para cair durante 2021 e 2022, dos atuais R$ 5,64 para R$ 5,10 em 2021, R$ 4,90 em 2022 e R$ 4,80 em 2023. Junte-se a isto os excelentes níveis de Chicago, em torno de $ 10,50 para novembro, $ 10,38 para maio 21, $ 9,46 para maio de 2022 e prêmios para a soja brasileira em torno de 95 pontos para maio de 2021 e teremos excelentes preços, em torno de R$ 130,00/saca para o agricultor na fazenda para maio de 2022. Projetando um custo de produção ao redor de R$ 77,00/saca, teremos um lucro de 68,83%. Com isto, a recomendação da  T&F é de se aproveitar esta oportunidade enquanto tiver a chance, porque Chicago e os prêmios, realmente, tendem a permanecer firmes para a próxima temporada, mas o câmbio, não. E ele é 35% do preço da soja.

Fonte: T&F Agroeconômica