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COOPERATIVAS MAIS FORTES

Partindo da premissa que “juntos somos mais fortes”, os membros das Cooperativas de Transporte de Cargas (CTCs) mostraram que é possível atravessar a recessão sem grandes perdas. Com crescimento de 14% no faturamento das empresas em 2017, este ano a expectativa é que o salto seja na casa dos 22%.

“Passamos pelo período de instabilidade econômica sem a necessidade de muitos ajustes nas operações”, exalta o coordenador nacional do Conselho Consultivo do Ramo Transporte da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Abel Paré.

De acordo com ele, isso aconteceu por conta do modelo de negócios em que as empresas estão inseridas.

 “Elas compartilham as estruturas para suas operações, mitigando os riscos e custos. Além disso, possuem uma gestão democrática, em que os cooperados participam de forma mais igualitária das decisões e dos futuros passos das cooperativas, sentindo-se parte do negócio e responsável por ele”, conta ele.

Em volume de negócios, as cooperativas projetam incremento na casa dos 6,2% este ano, motivado pela perspectiva de que o pior da crise já passou e a demanda por serviços acelerará.

 “O crescimento do número de clientes que contratam as CTCs tem acontecido pela soma do reconhecimento da profissionalização dos cooperados e dos investimentos realizados em segurança e garantia de carga, além de inovação”, afirma Paré.

Um mercado gigante

Atualmente, as cooperativas somam 31,5 mil caminhões na frota, com as empresas faturando R$ 6,8 bilhões.

“Somente em 2016, essas cooperativas foram responsáveis pela circulação de aproximadamente 428 milhões de toneladas de cargas”, ressalta ele.

Segundo a Confederação Nacional dos Transportes, são 274 cooperativas em operação no País.

Diante de um mercado bilionário, Paré ressalta que o principal gargalo é o acesso a linhas de crédito.

“Não existem programas que contemplem as cooperativas de transporte terrestre, sobretudo no tocante à capitalização, capital de giro e investimentos em tecnologia, infraestrutura, entre outros.”

Para mudar esse cenário, conta ele, o Sistema OCB tem atuado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Apresentamos dados da atividade de transporte cooperativo com as suas principais necessidades, em uma proposta estruturada para linhas que contemplem o ramo”.

Apesar da dificuldade de acesso ao crédito, os caminhoneiros associados não estão deixando de lado a capacitação e o uso de novas tecnologias. Segundo o diretor da OCB, a maior atenção à tecnologia e gestão foi crucial durante o período recessivo, movimento que só foi possível pela divisão dos custos entre todos os membros.

 “Muitas cooperativas estão diversificando a oferta de serviços, e também investindo em tecnologias. Além disso, estão ampliando a busca por parcerias com outras cooperativas, atuação em redes, redução de custos por meio de compras conjuntas, gestão centralizada e integrada dos serviços”, elenca.

Demandas
Com uma operação bastante diversificada, a atuação das cooperativas cobre quase que todo o mercado de transporte terrestre. Do agronegócio ao transporte de pessoas, o objetivo é manter o ritmo de captação de clientes e contratos, diversificando ao máximo os negócios.

“No transporte rodoviário de cargas, por exemplo, o crescimento do agronegócio tem liderado a demanda pelos serviços das cooperativas”

De acordo com Paré, as cooperativas também têm ampliado a sua participação no transporte de matéria-prima para a indústria, de contêineres em importações e exportações

“Bem como em centros de distribuição para atacadistas”.

O executivo comemora também o avanço dentro do transporte de passageiros, já que as cooperativas têm grande participação em licitações públicas.

 “Elas atendem a governos municipais e estaduais, além de grandes corporações que demandam transporte coletivo, executivo e/ou complementar”, finaliza o executivo.

Fonte: Diário do Comércio & Indústria



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