O consumo de café, em nível mundial, no ano-cafeeiro 2018-2019, atingiu o volume físico total equivalente a 164,84 milhões de sacas de 60kg, o que representa um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo período anterior. O maior aumento percentual verificado no consumo global nesse período ocorreu na Ásia e Oceania, região na qual a demanda cresceu 3,6% e atingiu 35,91 milhões de sacas em doze meses.
Na Europa, a despeito de o aumento percentual ter crescido a uma taxa de apenas 1,5%, no período em análise, o volume total é bastante expressivo, com 53,97 milhões de sacas consumidas no ano-safra ora em destaque, em contraponto com um aumento verificado de 2,1% no período de 2017-2018. Neste mesmo contexto de análise do consumo de café no planeta, constata-se ainda que na América do Norte a demanda cresceu 2,2%, taxa praticamente igual à média mundial de crescimento, ao atingir um volume equivalente a 30,61 milhões de sacas de 60kg.
Quanto aos países da América do Sul, maior região produtora de café no mundo, o consumo aumentou apenas 1,1% e somou 27,27 milhões de sacas. E, na América Central e México, a demanda aumentou apenas 0,2%, registrando 5,21 milhões. Por fim, registre-se que o consumo na África atingiu 11,88 milhões de sacas de 60kg, volume que denota um aumento percentual razoavelmente expressivo de 3%, no ano-cafeeiro 2018-2019 objeto desta análise.
Os dados da cafeicultura global que permitiram realizar estas análises e inferências foram compilados e extraídos do Relatório sobre o mercado de Café julho 2019, da Organização Internacional do Café – OIC. Citado Relatório está também disponível na íntegra para consultas no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Entretanto, cabe esclarecer que o ano-cafeeiro para a OIC compreende o período que abrange os meses de outubro a setembro.
Conforme ainda os dados e estatísticas da Organização Internacional do Café, exclusivamente no mês de junho de 2019, as exportações mundiais de café cresceram 2,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior e totalizaram 10,94 milhões de sacas. Tal crescimento é atribuído principalmente ao aumento das exportações dos cafés do tipo Suaves Colombianos, que tiveram um crescimento bastante acentuado de 19,9%, o que permitiu a venda de volume físico equivalente a 1,23 milhão de sacas de 60kg. Além disso, tal performance também é atribuída ao crescimento das exportações dos cafés do tipo Naturais Brasileiros que cresceram 8,8%, em relação ao mesmo mês do ano passado, e somaram 2,91 milhões de sacas.
O Relatório sobre o mercado de Café julho 2019, da OIC, também destaca que as exportações globais nos nove primeiros meses do ano cafeeiro de 2018-2019 alcançaram 97,28 milhões de sacas de 60kg, ou seja, um aumento de 6,5% em relação ao mesmo período do ano cafeeiro anterior. E, além disso, que os embarques dos cafés do tipo Naturais Brasileiros aumentaram 20,6%, e somaram 31,12 milhões de sacas, e, ainda, que os do tipo Suaves Colombianos aumentaram 8,1%, com 11,36 milhões de sacas exportadas.
Nesse mesmo contexto dos nove primeiros meses do ano-cafeeiro em pauta, a OIC ressalta em seu Relatório que as exportações dos cafés do tipo Robustas aumentaram 1,4% e totalizaram 34,45 milhões de sacas de 60kg adquiridas por países importadores. Adicionalmente relata, em contrapartida, que os cafés Outros Suaves diminuíram 3,3% nas suas exportações e caíram para o volume físico equivalente a 20,35 milhões de sacas. Explica ainda que, no caso dos Outros Suaves, a queda nas vendas decorreu sobretudo de menos exportações da Índia, México e Costa Rica, cujos embarques, respectivamente, diminuíram 9,2% (4,69 milhões de sacas), 11,8% (2,11 milhões de sacas) e, finalmente, 12,3% (785.601 sacas). Segundo a classificação da OIC, os cafés são agrupados nos tipos Suaves Colombianos, Outros Suaves, Naturais Brasileiros e Robustas, conforme a origem produtora.
Por último, com destaque para a produção mundial do ano cafeeiro de 2018-2019, a OIC informa no Relatório do mês de julho que a oferta global de café foi estimada em 168,77 milhões de sacas de 60kg, volume que é aproximadamente 2,4% superior ao consumo citado anteriormente, o que representa um excedente de 3,92 milhões de sacas no período objeto desta análise. Cotejando tais números verifica-se que a produção de cafés do tipo Arábica foi estimada em 103,79 milhões de sacas de 60kg, as quais representam 61% do volume total. E que a produção de Robusta foi estimada em 64,98 milhões de sacas de 60kg, o que representa uma participação percentual de 39% em relação à oferta global.
Fonte: Embrapa