Mesmo com a volta do auxílio emergencial, o consumo de carne bovina ao longo deste ano deve continuar baixo, segundo a consultoria Safras e Mercado. O analista Fernando Iglesias diz que, nos próximos meses, o principal empecilho ainda será o preço alto da carne bovina. Descapitalizados, os consumidores devem migrar para outras carnes, como a de frango.
“Com a retomada lenta das economias e com a necessidade de adoção de lockdown, esse processo de recuperação se torna ainda mais lento. Portanto, a substituição da carne bovina por carne de frango será uma constante em 2021″ – afirma ele.
A Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) apontou que o consumo de carne em 2021 pode atingir o menor patamar desde 2015. Contudo, o setor aposta que a retomada do auxílio emergencial para 70% da população brasileira deve alavancar o consumo.
“O auxílio emergencial foi um fator preponderante para fomentar o consumo de produtos básicos em 2020 e seria relevante em 2021. No entanto, o menor valor das parcelas limitaria o potencial da população. Mesmo com a extensão do auxílio, a tendência é que a carne de frango siga ganhando mercado em detrimento da carne bovina” – diz Iglesias.
O que fazer com a carne bovina?
Segundo Iglesias, os produtores sigam atentos ao mercado chinês, que é o principal comprador da proteína brasileira, tendo sido destino de 40% das exportações no ano passado.
“Nessa semana os frigoríficos habilitados a exportar para a China atuaram de maneira mais agressiva em função da movimentação cambial. Chegaram a acontecer negociações em até R$ 310 por arroba” – diz.
Fonte: Canal Rural