A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fará uma consulta pública para ouvir atores da cadeia sobre o novo resultado da reavaliação do uso do glifosato, onde foi constatado que o uso do produto não provoca câncer. No entanto, devido ao potencial de danos aos olhos, a agência irá classificar o ingrediente na Classe 1, que é considerado extremamente tóxico.
Os novos estudos sobre o defensivo analisaram 22.704 amostras de água e mostrou que em apenas 0,03% dos casos havia presença de glifosato em nível acima do limite permitido.
Por outro lado, reavaliação feita pela agência é que o glifosato apresenta maior risco para os trabalhadores que atuam em lavouras e para as pessoas que vivem próximas a estas áreas. Por isso, as principais medidas propostas estão voltadas para medidas relacionadas ao manejo do produto durante a sua aplicação e a sua dispersão.
Com a conclusão do estudo, a Anvisa propôs uma série de ações para reduzir os possíveis efeitos do uso do glifosato.
– Trabalhadores rurais e população do entorno das lavouras
- Proibição de formulações do tipo EW (emulsão óleo em água) para reduzir possibilidade de inalação e absorção pela pele.
- Rodízio de trabalhadores nas atividades de aplicação com trator (mistura, abastecimento e aplicação), ou seja, o mesmo trabalhador não pode fazer todas as etapas de preparação para aplicação.
- Equipamento de proteção individual (EPI) e carência para reentrada do trabalhador em áreas tratadas.
- Adoção de tecnologia para redução de dispersão (deriva).
- Faixa de segurança de 10 metros na lavoura quando houver povoações a 500 metros de distância.
- Definição do limite da exposição e tolerância para o trabalhador rural.
– Uso urbano e consumidores de alimentos
- Ajuste dos limites de tolerância para exposição crônica.
- Definição de limite para exposição aguda.
- Proibição do produto concentrado para jardinagem amadora.
- Proibição da POEA (polioxietilenoamina) em concentração acima de 20% nos produtos formulados à base de glifosato.
Fonte: DATAGRO