A greve dos caminhoneiros mexeu de forma significativa no mercado do leite e, somada a outros fatores, vinha causando uma série de altas na cotação do leite. Agora, parece que essa tendência chegou a um teto. É o que apontam dados levantados pelo Conseleite, entidade que tem a participação da FAEP e reúne as principais indústrias beneficiadoras de lácteos do Paraná. Os números foram apresentados durante uma reunião realizada nesta terça-feira (14) na sede da Federação, em Curitiba.
De acordo com os dados apresentados, o preço de referência para o produto final (Pmi) leite fechou em R$ 1,3144 em julho de 2018. Trata-se de uma variação de 0,22% em relação à cotação de junho, quando o valor fechou em 1,3115. Para efeitos de comparação, no mês anterior o confronto mês/mês (junho ante maio) a variação tinha sido de 19%, saindo de R$ 1,10 em maio para R$ 1,3115 em junho.
O professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revelou que os efeitos da greve diminuíram seu impacto no último mês. “Em julho, as vendas caíram significativamente, em torno de 10 pontos percentuais. Acredito que foi uma tentativa das empresas de não aceitarem preços menores. Já nas últimas duas semanas esse cenário mudou, penso porque as empresas ficaram convencidas acerca da redução de preços”, opinou.
Aliança Láctea
Durante o encontro, o presidente da Comissão de Leite da FAEP e coordenador geral da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi, relatou os assuntos principais discutidos na última reunião da Aliança, em Porto Alegre, no dia 9 de agosto. Um dos aspectos, segundo o dirigente, foi a continuidade do plano para tornar o Sul do Brasil um exportador de lácteos. “Duas indústrias já demonstraram interesse, o leite em pó é o carro chefe nesse processo, mas há possibilidade de mandar outros produtos nobres para fora, como alguns tipos de queijos e leite condensado”, citou.
Outro assunto foi a questão da revisão das normas de qualidade que foram colocados em consulta pública pelo Mapa. “Nós nos reunimos com alianças, sindicatos, federações e outras entidades e enviamos ao ministério uma série de sugestões. Agora estão voltando as devolutivas. Com base nisso, sobre os pontos não atendidos, adotamos um posicionamento firme enquanto Aliança Láctea junto à Câmara Setorial do Mapa para se abrir um novo diálogo com a iniciativa privada porque vamos ter que chegar a uma posição do que fazer e como será feito”, relatou.
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Fonte: Sistema FAEP
