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CONFLITOS NO CAMPO

Mato Grosso é o segundo estado com maior número de mortes e famílias envolvidas em conflitos no campo. Um relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que a quantidade de pessoas assassinadas no Brasil em conflitos cresceu nos últimos dois anos. Passou de 34 para 36 vítimas em 2013 e 2014.

No ano passado, foram 39 mortes por conflitos no campo envolvendo trabalhadores sem-terra, assentados e posseiros. Segundo o relatório, o estado do Pará lidera em número de assassinatos nessas situações, com nove mortes. Em seguida, está Mato Grosso, que registrou cinco mortes em 2014. Até 2012, a maioria das vítimas era índios e quilombolas, mas a realidade mudou.

Famílias acampadas em áreas rurais nas regiões norte e sul dizem estar com medo.

- Quando saímos do acampamento para a cidade, nunca saímos sozinho. Tem situações [simples], como tomar banho, em que não estamos indo sozinhos. Procuramos ir sempre em grupo, porque é complicado – comentou um assentado, que pediu para não ser identificado.

O coordenador da Comissão Pastoral da Terra, padre Paulo César Moreira, disse que deveria haver uma estrutura para evitar esse tipo de crime, que, normalmente, é seguido de uma ameaça.

- Infelizmente essas pessoas assassinadas já estavam sendo ameaçadas de morte. Então, são mortes que foram anunciadas e teria que existir uma estrutura para tentar bloquear o avanço da injustiça, porque as pessoas estão morrendo. E isso, para nós, é grave – afirmou.

Outra vítima de ameaça é o sem-terra Wendel Giroto, coordenador do Assentamento 13 de Outubro, no município de Santa Terezinha, 1.329 km na região sul do estado. Aproximadamente 350 famílias vivem no local.

- Alguns desses policiais da região têm agido de forma violenta. Chega nos acampamentos sem oficial de justiça, sem uma autorização oficial da justiça – disse.

O coordenador do movimento ainda relata que os policiais agem de forma agressiva nas reintegrações de posse.

- Toda vez que os policiais chegam para fazer o despejo têm feito de forma violenta e vários trabalhadores foram presos nas reintegrações de forma bruta. Eles ameaçam, prendem, batem e acabam machucando as pessoas – comentou ele.

Fonte: G1



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