CO2

CONFERÊNCIA DO CLIMA

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, disse, nesta quarta-feira (12/12) que a agricultura brasileira tem demonstrado compromisso, interesse e empenho na promoção de práticas que resultem em redução nas emissões de carbono. Ele discursou na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), em Katowice, na Polônia.

“Reconhecemos a necessidade de desenvolver práticas de produção sustentáveis. O setor agrícola brasileiro demonstra compromisso, interesse e empenho na promoção de uma agricultura resiliente”, disse, em pronunciamento endereçado a representantes de governo, da sociedade civil e de organismos internacionais.

Edson Duarte destacou o programa de Agricultura de Baixo Carbono entre as iniciativas que, segundo ele, estão aliando a “transição para uma nova economia” ao “bem-estar e prosperidadade” da população. Segundo ele, pelo programa ABC, foram investidos mais de US$ 3 bilhões em técnicas agropecuárias aliadas à conservação ambiental.

“Nos últimos 8 anos a área com agricultura de baixa emissão de carbono foi ampliada em 27 milhões de hectares, com a mitigação de 127,3 milhões de toneladas de CO2″, disse Duarte.

Ele mencionou também o programa Renovabio, que prevê incentivos à produção e o uso de biocombustíveis no Brasil, tendo em vista as metas previstas no Acordo do Clima, assinado em Paris, em 2015. Lembrou que a iniciativa visa incrementar a participação dos combustíveis limpos que, atualmente, já abastecem ao menos 10% da frota total do país.

“Estamos nos distanciando de padrões de produção e consumo insustentáveis e encontrando processos equilibrados para responder à crescente demanda por alimentos e energia sustentáveis”, afirmou, dizendo que o Brasil participa da Conferência com a segurança de quem está fazendo sua parte.

Durante o pronunciamento, Edson Duarte reconheceu que, neste ano, o desmatamento na Amazônia aumentou. Ressaltou, no entanto, que o Brasil está próximo da meta de reduzir em 80% essa prática até 2020. E acrescentou que, dos 12 milhões de hectares de vegetação nativa que o Brasil se comprometeu a restaurar até 2030 na região amazônica, pelo menos 9,4 milhões estão no que avaliou como processo avançado de regeneração.

“Precisamos fortalecer nossas ações coercitivas, combatendo com afinco o desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo, criar alternativas econômicas viáveis para as pessoas daquela região. Valorizar a importância econômica dos recursos naturais significa proporcionar o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem da floresta”, disse.

Multilateralismo

Sem mencionar o fato do Brasil ter aberto mão de sediar a próxima Conferência do Clima (COP 25), o ministro do Meio Ambiente defendeu o diálogo e o multilateralismo para conciliar crescimento sustentável e redução de emissões de gases de efeito estufa. Destacou como “virtude brasileira” a disposição ao diálogo e à negociação e defendeu que o mundo aumente sua “escala de ambição”.

Na visão do ministro, é preciso acelerar a transição para uma economia de baixo carbono com participação de todos os setores da sociedade. Para ele, as ações devem imergir do nível global para o local, envolvendo as comunidades e conscientizando crianças e jovens “para que tenham pleno conhecimento dos limites do crescimento e quem sabe, acabem por fazer aquilo que nossas gerações não fizeram”.

“Ao tempo que levamos discutindo textos e, principalmente, cobrando a sua implementação, o mundo lá fora se deteriora. Espécies estão sendo extintas. Habitats desaparecendo. Fontes se esgotando; poluentes e emissões se acumulando, o Planeta cada vez mais quente”, disse.

Edson Duarte deixa o Ministério do Meio Ambiente no final deste mês. No governo de Jair Bolsonaro, que toma posse no dia primeiro de janeiro, a pasta será chefiada pelo advogado e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Ricardo Salles.

Fonte: Globo Rural



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