O Brasil deverá produzir 246,633 milhões de toneladas de grãos na safra 2019/2020, de acordo com a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta terça-feira (10/12), em Brasília (DF). Os técnicos revisaram para cima o número anterior, de novembro, que era de 246,369 milhões. Se confirmada, a safra nova será 1,9% maior que a 2018/2019, com a colheita estimada pelos técnicos em 242,073 milhões de toneladas.
É o terceiro relatório referente ao ciclo 2019/2020. Para chegar ao novo número, a Conab elevou mais uma vez sua estimativa para a produção de soja, de 120,860 milhões para 121,091 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume será 5,3% maior que o da safra passada, estimado em 115,030 milhões de toneladas.
Na versão resumida, divulgada no site da Conab, os técnicos destacam que o clima levou a um início de plantio em ritmo “modesto”, com atraso em relação à safra passada. Ainda assim, o ritmo do trabalho de campo estava dentro da normalidade quando comparado com o histórico das últimas temporadas.
“Com a finalização do período de vazio sanitário nas principais regiões produtoras do país, as operações de plantio iniciaram em setembro, porém em um ritmo mais lento que na safra passada em razão das condições climáticas registradas nas primeiras semanas de trabalho. Em outubro, as condições climáticas registradas no país foram variadas e esse cenário impactou na evolução do cultivo”, diz o relatório.
Os técnicos revisaram para cima também a estimativa para o milho, somados os três ciclos anuais previstos para a cultura. Com isso, a colheita 2019/2020, que poderia chegar a 98,366 milhões de toneladas pode ser de até 98,409 milhões. Ainda assim, um volume menor que o da safra 2018/2019, que, de acordo com a Conab, é de 100,046 milhões de toneladas.
A primeira safra passou de 26,269 milhões para 26,312 milhões de toneladas. Para a segunda safra, o relatório de dezembro apenas repete a previsão anterior, de 70,936 milhões de toneladas. Assim como o estimado para a terceira safra do grão, cuja colheita deve ser de 1,159 milhão de toneladas.
“As cotações do milho influenciaram o produtor a aumentar a área cultivada com o cereal”, avaliam os técnicos. “A expectativa fica por conta do ciclo da soja, que, ocorrendo dentro do esperado, acarretará em uma janela de plantio favorável ao milho de segunda safra”, acrescentam.
Outra cultura que teve sua estimativa elevada pelos técnicos foi a do arroz, que passou de 10,471 milhões para 10,516 milhões de toneladas. As lavouras irrigadas devem render 9,609 milhões de toneladas do grão e a colheita nas lavouras de sequeiro deve totalizar 907,1 mil toneladas.
Já a produção de algodão sofreu um ajuste para baixo. Em novembro, a Conab estimava uma produção de 4,093 milhões de toneladas de algodão em caroço e de 2,730 milhões de pluma. Neste mês, os volumes estimados são de 4,088 milhões e 2,726 milhões de toneladas, respectivamente.
Ainda assim, a Conab destaca que a safra nova é uma das maiores da série histórica, influenciada pelos investimentos feitos no setor e pela expansão da área plantada, especialmente em Mato Grosso e na Bahia, os dois maiores produtores nacionais da fibra.
“Algumas das principais regiões produtoras não iniciaram o cultivo por conta do vazio sanitário, e a expectativa é que as operações de plantio ganhem força à partir de janeiro”, informa a Conab.
A estimativa para o feijão passou de 3,025 milhões para 3,022 milhões de toneladas, estabilidade em relação ao ciclo 2018/2019. A primeira safra das variedades cores, caupi e preto deve somar 1,036 milhão de toneladas. A segunda pode chegar a 1,250 milhão e a terceira, a 736,5 mil toneladas, de acordo com o relatório de dezembro.
Culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento revisou a projeção de produção para 2019/2020 de 6,737 milhões para 6,690 milhões de toneladas, estabilidade em relação à safra 2018/2019. A principal dessas lavouras, a de trigo, devem render 5,216 milhões de toneladas.
Ao todo, os agricultores brasileiros devem plantar uma área de 64,188 milhões de hectares na safra 2019/2020, um aumento de 1,5% em relação ao período anterior, influenciado pela área de soja. No ciclo 2018/2019, as máquinas percorreram 63,218 milhões de hectares no país.
Fonte: Globo Rural