O presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ênio Fernandes, disse hoje que os produtores rurais precisam de condições que permitam mais competitividade para ganharescala de produção e mercados. Ele participou, nesta quarta-feira (7/10), de debate sobre as perspectivas para o setor sucroalcooleiro, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, que reuniu representantes do governo federal e de todos os elos da cadeia produtiva da cana.
- Independente dos erros e acertos do passado, a mola propulsora é que faz a gente crescer – justificou.
Segundo ele, o crescimento sustentável passa pelo planejamento a médio e longo prazo. Fernandes também citou exemplos bem sucedidos no âmbito regional, em municípios onde a produção contribui diretamente para a economia local e a cana disputa área com outras atividades como os grãos.
- Quando o produtor está nesse processo de desenvolvimento, a renda do município tem retorno, com investimentos em fertilizantes, valorização de terra, o produtor rural ganha dinheiro porque investe. É assim que ele deve ser visto – afirmou.
Em sua avaliação, nas regiões onde há mais competitividade,
- A relação com a indústria é mais saudável, a produtividade de cana é maior, o quilo de ATR (Açúcar Total Recuperável), que mede a qualidade da cana, é maior – disse ele.
Ele disse, também, que a vocação do produtor rural permite o desenvolvimento das pequenas cidades.
- Ele é fundamental nesse processo de crescimento – afirmou.
Fernandes defendeu, ainda, o retorno da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide), cuja cobrança incide sobre os combustíveis, para ajudar a estimular o setor.
Uma das medidas necessárias para desenvolver o setor é a integração maior com a indústria, para fortalecer os pleitos do segmento. No entanto, o representante da CNA ressaltou que o produtor rural precisa participar das discussões. Outro ponto abordado por Ênio Fernandes para dar competitividade ao setor foi a questão trabalhista. Ele defendeu a regulamentação do conceito de trabalho escravo para ajudar a dar mais competitividade ao segmento sucroalcooleiro.
- Se o conceito estiver claro e alguém não cumprir, merece ser punido com rigor. Mas se as regras não estiverem claras, pode inibir investimentos – explicou.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA