Em reunião realizada nesta quarta-feira
(27), a Comissão Técnica (CT) de Aquicultura do Sistema FAEP/SENAR-PR se
debruçou sobre temas determinantes para a cadeia produtiva: a sustentabilidade
energética e a sanidade animal. A programação contemplou o Programa Paraná
Energia Rural Renovável (Renova PR), conduzido pelo Instituto de
Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná); o Programa Paraná
Trifásico, da Companhia Paranaense de Energia (Copel); e os programas de
vigilância e de analises da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar)
relacionados à sanidade de animais aquáticos.
“São temas extremamente importantes e
que afetam muito a nossa cadeia produtiva”, observou o presidente da CT,
Edmilson Zabott. “A energia elétrica é um dos principais insumos e custos da nossa
cadeia e a questão sanitária são determinantes para qualquer atividade
agropecuária”, acrescentou.
Coordenador do Renova PR, Herlon
Goelzer de Almeida, apresentou as diretrizes do programa, que tem por objetivo
estimular os produtores rurais a adotarem sistemas de energia renovável –
usinas fotovoltaicas ou biodigestores – em suas respectivas propriedades. Para
isso, a iniciativa prevê o financiamento dos projetos com juros zero,
subsidiados pelo governo estadual. Segundo Almeida, até o momento, 1,2 mil
projetos já foram aceitos pelo programa, orçados em R$ 205 milhões. Destes, 560
já estão em fase de financiamento. O objetivo é que o programa chegue em 2030
com mais de 100 mil produtores atendidos.
Almeida também contextualizou o
advento do programa a outros fatores: em dezembro de 2022, o governo do Paraná
extinguirá a Tarifa Rural Noturna (TRN) – iniciativa que prevê descontos na
energia consumida no período noturno por produtores; até o fim de 2023, o
governo federal colocará fim a subsídios energéticos no campo; e a crise
hídrica deve manter o preço da energia em patamares elevados pelo menos até o
ano que vem. Nesse sentido, a adoção de energia renovável colocaria os
piscicultores no rumo da sustentabilidade econômica e ambiental, com autonomia
energética.
“O fim da TRN é apenas parte desse
processo. Eu gostaria que os produtores entendessem a lógica do Renova PR, que
é o contexto energético do país. Produzir a própria energia é uma questão de
sobrevivência, sustentabilidade e competitividade”, disse o coordenador do
programa.
Representando o Departamento de Projetos
Especiais da Copel, Edison Ribeiro, trouxe números do Paraná Trifásico. Segundo
ele, o programa idealizado em 2019 partiu de pontos sensíveis das principais
cadeias produtivas, começando a substituir a rede do Estado. O Paraná tem,
hoje, 105 mil quilômetros de rede monofásica. A partir da iniciativa, foram
implantados 5,8 mil quilômetros de rede trifásica, com o investimento de R$ 480
milhões. Já foram instalados mais de 80 mil medidores, pelas mais de 200
equipes que a Copel mantém em campo.
Sanidade
O coordenador de sanidade dos animais
aquáticos da Adapar, Claudio Sobezak, levou aos produtores informações sobre a
estrutura de vigilância, relacionados principalmente ao controle sanitário. De
acordo com Sobezak, um dos principais focos são as doenças parasitárias,
consideradas um problema sério para a produção de peixes tropicais no Brasil.
Para isso, a Adapar dispõe de 130 unidades locais de atendimento, a quem os
produtores devem notificar em caso de suspeitas de contaminação. Além disso, a
agência mantém um laboratório oficial – para análises – e 22 postos de
fiscalização de trânsito agropecuário – que controlam a entrada de animais no
Paraná. Além disso, Sobezak destacou a importância de, a cada ano, os
piscicultores atualizarem o cadastro dos animais que mantém em suas
propriedades.
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Fonte: Sistema FAEP